rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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146<br />
Para a Prefeitura, o Corredor Cultural teria ultrapassado a visão de “perdas” de<br />
população, comércio e serviços relacio<strong>na</strong>dos ao movimento de expansão da <strong>cidade</strong>, renovando<br />
a função residencial, o uso noturno, o comércio, ou seja, “o olhar para o Centro”. Em relação<br />
à dinâmica do Centro, a entrevistada destacou as especializações de uso, como o ramo<br />
comercial de vestuário, por exemplo. Além disso, outro ator que retor<strong>na</strong>ria ao Centro seriam<br />
as universidades, estas ligadas às funções educativas e culturais, e que teriam superado a<br />
estrutura de campus horizontal e afastado e se voltado para o local de trabalho.<br />
Os Planos Estratégicos Regio<strong>na</strong>is 335 , elaborados pelo Poder Público municipal, lançam<br />
uma série de objetivos futuros para as doze regiões levantadas <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro,<br />
entre elas a Região Centro. A meta principal para tal região seria torná-la “o centro de<br />
referência histórico-cultural do país, consolidando as vocações de centro de negócios, centro<br />
de desenvolvimento de tecnologia e principal centro de telecomunicações da América<br />
Lati<strong>na</strong>”. Abaixo, seguem as estratégias para se chegar a tal objetivo:<br />
• Desenvolver ações para tor<strong>na</strong>r a região o centro de referência histórico-cultural do<br />
país.<br />
• Desenvolver ações para fortalecer a vocação de centro de negócios.<br />
• Desenvolver ações que consolidem a vocação para centro de desenvolvimento e<br />
difusão tecnológica.<br />
• Desenvolver ações para que a região se estabeleça como centro de telecomunicações<br />
da América Lati<strong>na</strong>.<br />
• Desenvolver ações para implantação de políticas habitacio<strong>na</strong>is no Centro.<br />
• Desenvolver programas complementares visando a melhoria das condições de vida <strong>na</strong><br />
região.<br />
Por conseguinte, propõe-se uma abordagem crítica às obras e efeitos das intervenções<br />
de “requalificação” <strong>na</strong> Área Central do Rio de Janeiro 336 , de forma a ilumi<strong>na</strong>r o debate trazido<br />
neste trabalho, que é a compreensão do papel do Centro, a <strong>na</strong>tureza e o sentido desta<br />
reconversão atual. Apesar das tentativas de “requalificação” e/ou “revitalização”<br />
335<br />
Estes estão inseridos no Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro. Disponível <strong>na</strong> internet:<br />
http://www.rio.rj.gov.br/planoestrategico. Acesso em setembro de 2006.<br />
336 Ilumi<strong>na</strong>-se o “debate acadêmico sobre essas modificações, que se dão de forma semelhante em várias partes<br />
do mundo, [e] volta-se agora ao que se classifica como processo de gentrificação (enobrecimento) da região<br />
central da <strong>cidade</strong> (...) medidas criticadas por pesquisadores das áreas de arquitetura, urbanismo e geografia. Eles<br />
afirmam que, sob o pretexto da revitalização, está em curso um nítido processo de ‘higienização social’,<br />
mediante a expulsão da população pobre do centro, e questio<strong>na</strong>m a eficácia e a intenção dessas ações”<br />
(MATTOS, Sérgio. Centro de São Paulo: revitalização, especulação ou higienização? In PATRIMÔNIO. Revista<br />
Eletrônica do IPHAN, 2005. C.f. também C.Bidou-Zachariasen (org.), “De volta à <strong>cidade</strong>: dos processos de<br />
gentrificação às políticas de ‘revitalização’ dos centros urbanos”. Segundo a organizadora, “já é tempo de abrir o<br />
debate sobre a gentrificação associada a um certo tipo de re<strong>na</strong>scimento dos núcleos urbanos centrais de uma<br />
forma pluridiscipli<strong>na</strong>r, e de alargá-lo a contextos ainda pouco abordados”(p.31).