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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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175<br />

As IES possuem histórico de localização <strong>na</strong>s áreas centrais da <strong>cidade</strong>, como ocorreu<br />

com as primeiras faculdades e universidades públicas, <strong>na</strong>s décadas de 1920 a 1940. As<br />

primeiras IES particulares a surgir foram as Faculdades Católicas no Rio de Janeiro, em 1940,<br />

configurando-se “como as primeiras universidades privadas do país, só reconhecidas pelo<br />

Estado em 1946” (FIGUEIREDO, 2000). Até a metade da década de 1960, o ensino superior<br />

brasileiro era constituído fundamentalmente pelas instituições públicas e confessio<strong>na</strong>is, no<br />

entanto, tal situação se reverteu ao longo dos governos militares que implantaram medidas de<br />

descentralização espacial e de incentivo ao controle privado do ensino público. Tais medidas<br />

promoveram a expansão das IES públicas (com mais intensidade) e privadas para outras<br />

partes da <strong>cidade</strong>, durante as décadas de 1960-80.<br />

As mudanças no ensino superior brasileiro foram muitas e rápidas nos anos 60, até a<br />

localização geográfica das instituições foram alteradas, as faculdades públicas<br />

situadas nos pontos centrais das <strong>cidade</strong>s foram transferidas para os campi no<br />

subúrbio, pois [os gover<strong>na</strong>ntes] consideravam adequado para atenuar e apaziguar a<br />

militância política dos estudantes. Enquanto que as faculdades particulares faziam<br />

exatamente o inverso (FIGUEIREDO, loc.cit.).<br />

Verifica-se, portanto, o papel da rede de IES <strong>na</strong>s tentativas de afirmação de<br />

<strong>centralidade</strong>s outras além do Centro, pois, no fi<strong>na</strong>l da década de 1960, “ainda que fossem<br />

registradas 12 faculdades, com 7.267 alunos, a maior concentração destas instituições estava<br />

em outras regiões, <strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s Sul (Praia Vermelha e Gávea) e Norte (Tijuca, Ilha do<br />

Fundão)” 382 , e mais tarde <strong>na</strong> Zo<strong>na</strong> Oeste (Barra da Tijuca e Realengo), e outros bairros da<br />

Zo<strong>na</strong> Sul (Ipanema e Botafogo), Norte (Piedade e Cascadura) e também <strong>na</strong> Baixada<br />

Fluminense (RMRJ).<br />

A concentração da função cultural <strong>na</strong> Área Central da <strong>cidade</strong> apontava, nos anos 1960,<br />

o poder de atração e de irradiação cultural da <strong>centralidade</strong> (DUARTE, 1967), no entanto, tais<br />

forças são dinâmicas, mudando ao longo do tempo <strong>na</strong> própria estruturação da <strong>cidade</strong>.<br />

Algumas atividades culturais de lazer e entretenimento ainda se mantêm concentradas <strong>na</strong> Área<br />

Central, como os centros culturais, museus e bibliotecas, devido à importância das localidades<br />

e edificações como patrimônio histórico-cultural. Outras como os cinemas, além das<br />

atividades de divulgação, se espraiaram para outros bairros da <strong>cidade</strong> ou se instalaram nos<br />

recentes e modernos estabelecimentos comerciais, os shopping centers.<br />

A função de capital da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro, até 1960, trouxe ao Centro a<br />

importância política e simbólica, como lócus construtor da <strong>na</strong>ção e formador do povo (mão-<br />

382<br />

RABHA, op.cit., p. 283.

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