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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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119<br />

Para Magalhães (2001), “como ação efetiva, a requalificação do centro é um processo<br />

que <strong>na</strong>sceu com a criação do Corredor Cultural” 260 , um programa urbanístico de revitalização<br />

com base <strong>na</strong> preservação arquitetônica (1979). O programa expressava um primeiro momento<br />

da tendência cultural da política urba<strong>na</strong> e uma nova visão da <strong>cidade</strong> por parte de uma opinião<br />

pública especializada em planejamento, cultura, arte, etc., que formava um grupo erudito<br />

composto por escritores, artistas plásticos, intelectuais, entre outros (ex. Artur da Távola,<br />

Afonso Carlos, Raquel Rolnik, Sérgio Cabral, etc.) 261 .<br />

O segundo momento da política urba<strong>na</strong> carioca que se utiliza da cultura nos processos<br />

de revitalização do Centro consolida-se com a aprovação do Plano Estratégico da Cidade, em<br />

1995, “cujos termos são vinculados à última modernidade <strong>na</strong> ce<strong>na</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l” 262 e ao<br />

“marketing urbano” 263 . Assim, tal ação espelha-se<br />

no panorama inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l [...] [onde] as <strong>cidade</strong>s ocidentais estariam vivenciando<br />

uma seqüência de situações que se iniciavam por declínio da indústria, passavam por<br />

mudanças das funções centrais, por abandono do centro e voltavam a ele, para<br />

implementar sua recuperação. [...] crescia em importância a indústria do turismo,<br />

fazendo com que a origi<strong>na</strong>lidade da história acumulada no espaço das <strong>cidade</strong>s e o<br />

patrimônio urbano mais antigo fossem incorporados como um fator diferencial <strong>na</strong><br />

qualidade da oferta dos possíveis destinos para consumo em viagens de lazer” (Ibid.,<br />

p.17).<br />

Segundo Ribeiro (2000), a elaboração do Plano Estratégico 264 corresponde a um ensaio<br />

do “modelo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l-local, desenvolvido através das parcerias público-privado”.<br />

260 “O projeto Corredor Cultural, criado em 1979, [...] preservou três grandes conjuntos de sobrados no centro<br />

do Rio – Praça XV, Lapa e Imediações da SAARA e do Largo de São Francisco”( MAGALHÃES, ibid., p.<br />

744/746).<br />

261 “Obedecendo em parte aos princípios (...) [da Recomendação de Nairobi], uma equipe de escritores e<br />

arquitetos idealizou o projeto do Corredor Cultural no centro do Rio de Janeiro, que tem constituído um processo<br />

há mais de vinte anos”. [Desta forma, surgiu] (...) <strong>na</strong> ce<strong>na</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, desde 1975, a questão da integração dos<br />

conjuntos históricos à vida coletiva de nossa ‘época’. Em 1976, em Nairobi, a Unesco adotou uma recomendação<br />

relativa à proteção dos conjuntos históricos tradicio<strong>na</strong>is e ao seu papel <strong>na</strong> vida contemporânea, que continua<br />

sendo a exposição de motivos e a argumentação mais complexa em favor de um tratamento não museal das<br />

malhas urba<strong>na</strong>s contemporâneas” (Evelyn F. W. Lima, Preservação do patrimônio: uma análise das práticas<br />

adotadas no centro do Rio de Janeiro). C.f. também Cristi<strong>na</strong> Meneguello,“O coração da <strong>cidade</strong>: observações<br />

sobre a preservação dos centros históricos”. Ambos os artigos estão publicados <strong>na</strong> Revista Eletrônica do<br />

IPHAN, s/d. Disponível em Acesso em abril de 2007.<br />

262 RIBEIRO, 2000, p.24.<br />

263 “A articulação entre urbanismo e marketing político é especialmente acentuada durante a gestão César Maia,<br />

bastando citar, nesse sentido, a propaganda política articulada aos programas Favela-Bairro e Rio-Cidade” (em<br />

nota, Ribeiro, 2000, p.24).<br />

264 “A elaboração do Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro foi co-promovida pela Prefeitura, pela<br />

Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro<br />

(ACRJ). Esta elaboração contou com o apoio fi<strong>na</strong>nceiro de um consórcio de empresas [...], com a constituição de<br />

um Conselho Diretor [...] e um denomi<strong>na</strong>do Conselho da Cidade” (em nota, Ribeiro, 2000, p.28-29). Ver<br />

também Arantes (2002).

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