rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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145<br />
Principal centro fi<strong>na</strong>nceiro do estado e o segundo centro fi<strong>na</strong>nceiro do país, a área<br />
abriga: uma grande concentração de centros culturais, museus, bibliotecas e salas de<br />
espetáculo de cinema e teatro, sendo possivelmente a área da <strong>cidade</strong> mais bem<br />
dotada de equipamentos culturais da <strong>cidade</strong>; amplo e diversificado comércio;<br />
diversificada prestação de serviços públicos e privados; diversas instituições de<br />
ensino, incluindo algumas universidades; sedes de empresas estatais; importantes<br />
órgãos do setor público e da sociedade civil; aeroporto; imponentes praças e<br />
parques; hotéis e restaurantes; botequins e bares. 331<br />
Desta forma, a Área Central atualmente se “configura espacialmente como um<br />
território urbano que abriga múltiplas funções urba<strong>na</strong>s”, incluindo também a residencial 332 .<br />
Tal função tem sido “incentivada” recentemente por políticas públicas em associação ao<br />
capital fi<strong>na</strong>nceiro e imobiliário. Realizações gradativas, como o Programa Novas Alter<strong>na</strong>tivas,<br />
desti<strong>na</strong>do à recuperação de cortiços 333 ; a abertura de novos programas de fi<strong>na</strong>nciamento,<br />
inicialmente pela Caixa Econômica Federal em parceria com as Secretarias de Habitação e de<br />
Urbanismo da Prefeitura, e posteriormente formatados pelo Ministério das Cidades numa<br />
linha de desenvolvimento denomi<strong>na</strong>da Reabilitação de Centros Históricos; assim como o<br />
empreendimento residencial “Cores da Lapa”, lançado pelo mercado, são exemplos da<br />
retomada da função residencial.<br />
Segundo Maria Hele<strong>na</strong> Mclaren 334 , representante da subprefeitura do Centro Histórico,<br />
a política proposta no Corredor Cultural, <strong>na</strong> década de 1980, objetivou provocar um resgate<br />
da memória da <strong>cidade</strong>, o que teria resultado no “reflorescimento do valor”, ou seja, o Centro<br />
tornou-se novamente uma oportunidade de negócios. Tais seriam os elementos de atração: a<br />
acessibilidade, o lócus de concorrência, o seu papel histórico-tradicio<strong>na</strong>l, os equipamentos<br />
culturais, as edificações de qualidade e os prédios reciclados e automatizados, como os<br />
centros culturais, que trariam novas possibilidades de uso.<br />
331<br />
MESENTIER, s/d.<br />
332<br />
Segundo Silveira, “apesar das diversas tentativas de expulsão, o uso residencial foi sempre reafirmado por<br />
grupos sociais variados, e ainda pela população ‘sem teto’” (p.72). Quanto a esta população, Rabha (2006)<br />
aponta que a sua chegada acontece com intensidade ao fim do dia, hora em que “o centro se esvazia”. “Nas<br />
calçadas da Rio Branco, começam a chegar seus moradores noturnos. Da Presidente Vargas à São José são<br />
estendidos os panos, jor<strong>na</strong>is e colchões, onde protegidos por marquises dormem muitos “sem teto”. Da mesma<br />
forma e em menor intensidade, o fato ocorre <strong>na</strong> Presidente Vargas, ao longo da proteção de suas galerias<br />
cobertas, ainda que a via seja mais larga, desguarnecida, aberta e, portanto, perigosa” (p.353).<br />
333<br />
“De início, duas unidades piloto foram i<strong>na</strong>uguradas <strong>na</strong> periferia da área central (...) <strong>na</strong> Rua Sacadura Cabral<br />
n°295 e 297, Saúde e Travessa Mosqueira, n° 20, Lapa, (...) recuperadas <strong>na</strong>s condições de habitabilidade e<br />
reocupadas por moradia coletiva” (RABHA, p.353).<br />
334<br />
Entrevista concedida no seu escritório em 09/06/2008.