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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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pelas atividades de comércio e serviços. Em meados do século XX desenvolveramse,<br />

ainda, os subcentros do Méier, Madureira e Campo Grande, o que contribuiu para<br />

esvaziar ainda mais a área central (SILVEIRA, op.cit., p.71-72).<br />

Verifica-se, portanto, a partir da década de 1920 até 1970, o direcio<strong>na</strong>mento da<br />

estrutura da <strong>cidade</strong> para a poli<strong>centralidade</strong> baseada em fatores de circulação e especialização<br />

de áreas característicos do processo de metropolização. Houve o progressivo abandono de<br />

atividades do núcleo central e o aparecimento descentralizado de novas atividades em outros<br />

bairros da metrópole, como por exemplo, os shoppings centers.<br />

Cabe, no entanto, uma observação acerca da passagem da mono<strong>centralidade</strong> para a<br />

poli<strong>centralidade</strong>: tal processo é complexo, variável e não acontece de maneira igual em todos<br />

os lugares. Nas metrópoles brasileiras o monocentrismo foi progressivamente desfeito em<br />

lógicas espaço-temporais desiguais.<br />

O processo de descentralização transforma a <strong>centralidade</strong> do Núcleo, e o redefine<br />

quanto à sua funcio<strong>na</strong>lidade <strong>na</strong> metrópole, dividindo a localização das atividades terciárias, de<br />

gestão pública e privada e lazer com as unidades de concentração secundária. Desta forma, o<br />

sistema Centro/subcentros expressa a <strong>cidade</strong> descentralizada e em processo de expansão,<br />

origi<strong>na</strong>ndo novas formas espaciais. Há uma hierarquia a partir do Centro, por exemplo: ao<br />

Núcleo Central de Negócios seguem os eixos especializados, o centro regio<strong>na</strong>l intra-urbano, o<br />

centro de bairro, as lojas de esqui<strong>na</strong>.<br />

A descentralização incorpora a dimensão social <strong>na</strong> medida em que expressa uma<br />

complexa rede de interesses, tanto por parte de frações do capital quanto dos agentes<br />

imobiliários, fundiários e empreiteiras, como, ainda, da parte do setor público que dispensará<br />

gastos com a expansão e a estruturação da <strong>cidade</strong>. Na verdade, há uma aliança entre Estado e<br />

mercado nos processos que envolvem a reorganização intra-urba<strong>na</strong>. O Estado atuará <strong>na</strong><br />

construção de novos centros cívicos, fóruns e novas prefeituras, assim como <strong>na</strong> estruturação<br />

de bairros afastados do centro principal, abrigando as classes de maior renda e com alto grau<br />

de autonomia, favorecidas em seu deslocamento pela construção de novas vias de circulação.<br />

[...] o controle (através do Estado e do mercado) que as classes de mais alta renda<br />

exercem sobre o espaço urbano e sobre o sistema de locomoção constitui-se <strong>na</strong> força<br />

preponderante da estruturação do espaço intra-urbano, inclusive no desenvolvimento<br />

de subcentros, nos deslocamentos espaciais dos centros principais e <strong>na</strong> sua chamada<br />

deterioração ou declínio (VILLAÇA, op.cit., p.278).

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