rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
64<br />
pelas atividades de comércio e serviços. Em meados do século XX desenvolveramse,<br />
ainda, os subcentros do Méier, Madureira e Campo Grande, o que contribuiu para<br />
esvaziar ainda mais a área central (SILVEIRA, op.cit., p.71-72).<br />
Verifica-se, portanto, a partir da década de 1920 até 1970, o direcio<strong>na</strong>mento da<br />
estrutura da <strong>cidade</strong> para a poli<strong>centralidade</strong> baseada em fatores de circulação e especialização<br />
de áreas característicos do processo de metropolização. Houve o progressivo abandono de<br />
atividades do núcleo central e o aparecimento descentralizado de novas atividades em outros<br />
bairros da metrópole, como por exemplo, os shoppings centers.<br />
Cabe, no entanto, uma observação acerca da passagem da mono<strong>centralidade</strong> para a<br />
poli<strong>centralidade</strong>: tal processo é complexo, variável e não acontece de maneira igual em todos<br />
os lugares. Nas metrópoles brasileiras o monocentrismo foi progressivamente desfeito em<br />
lógicas espaço-temporais desiguais.<br />
O processo de descentralização transforma a <strong>centralidade</strong> do Núcleo, e o redefine<br />
quanto à sua funcio<strong>na</strong>lidade <strong>na</strong> metrópole, dividindo a localização das atividades terciárias, de<br />
gestão pública e privada e lazer com as unidades de concentração secundária. Desta forma, o<br />
sistema Centro/subcentros expressa a <strong>cidade</strong> descentralizada e em processo de expansão,<br />
origi<strong>na</strong>ndo novas formas espaciais. Há uma hierarquia a partir do Centro, por exemplo: ao<br />
Núcleo Central de Negócios seguem os eixos especializados, o centro regio<strong>na</strong>l intra-urbano, o<br />
centro de bairro, as lojas de esqui<strong>na</strong>.<br />
A descentralização incorpora a dimensão social <strong>na</strong> medida em que expressa uma<br />
complexa rede de interesses, tanto por parte de frações do capital quanto dos agentes<br />
imobiliários, fundiários e empreiteiras, como, ainda, da parte do setor público que dispensará<br />
gastos com a expansão e a estruturação da <strong>cidade</strong>. Na verdade, há uma aliança entre Estado e<br />
mercado nos processos que envolvem a reorganização intra-urba<strong>na</strong>. O Estado atuará <strong>na</strong><br />
construção de novos centros cívicos, fóruns e novas prefeituras, assim como <strong>na</strong> estruturação<br />
de bairros afastados do centro principal, abrigando as classes de maior renda e com alto grau<br />
de autonomia, favorecidas em seu deslocamento pela construção de novas vias de circulação.<br />
[...] o controle (através do Estado e do mercado) que as classes de mais alta renda<br />
exercem sobre o espaço urbano e sobre o sistema de locomoção constitui-se <strong>na</strong> força<br />
preponderante da estruturação do espaço intra-urbano, inclusive no desenvolvimento<br />
de subcentros, nos deslocamentos espaciais dos centros principais e <strong>na</strong> sua chamada<br />
deterioração ou declínio (VILLAÇA, op.cit., p.278).