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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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18<br />

No entanto, uma nova onda de transformações sociais se dará <strong>na</strong>s relações do Centro<br />

com o restante da estrutura urba<strong>na</strong> <strong>na</strong> passagem da década de 1980/90, perdurando até os dias<br />

de hoje; ela é representada pelo surgimento das “novas <strong>centralidade</strong>s”.<br />

<strong>na</strong>s últimas décadas, o Centro perdeu <strong>centralidade</strong> para as chamadas ‘novas<br />

<strong>centralidade</strong>s’, uma vez que não consegue continuar comandando, ele só, o<br />

complexo processo de construção metropolita<strong>na</strong>, sendo obrigado a entrar <strong>na</strong> are<strong>na</strong><br />

competitiva com outras áreas da <strong>cidade</strong>. Dessa forma, a <strong>centralidade</strong> tornou-se<br />

independente do Centro, distanciou-se dele, conceitual e fisicamente falando. Nesse<br />

sentido, a <strong>centralidade</strong>, como qualidade do que é central, tornou-se ela própria<br />

medida, passando a identificar a aptidão que certos elementos têm para promover e<br />

impulsio<strong>na</strong>r fluxos de intercâmbio (TOURINHO, loc.cit.).<br />

Desta forma, o Centro deixa de ser o principal referencial simbólico de “vida urba<strong>na</strong>”,<br />

ou seja, sua participação nos processos de reprodução da força de trabalho perdem<br />

importância no contexto contemporâneo. No espaço metropolitano carioca essa perda relativa<br />

do papel do Centro em relação ao conjunto da <strong>cidade</strong> se refletirá nos processos de<br />

“decadência” urbanística e abandono de algumas atividades da área central ao longo das<br />

décadas de 1970/80.<br />

Sob um contexto de “crise urba<strong>na</strong>” relacio<strong>na</strong>do ao fenômeno da metropolização; à<br />

“reestruturação produtiva das empresas e das economias mundiais e, particularmente, com o<br />

apoio das inovações tecnológicas” 8 ; e, ao “esvaziamento” econômico e político que passa o<br />

Estado do Rio de Janeiro e, particularmente, a antiga capital <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o espaço urbano da área<br />

central se degrada devido ao não investimento, tanto por parte do poder público quanto<br />

privado.<br />

Quanto a este último, houve deslocamento do capital imobiliário <strong>na</strong> malha urba<strong>na</strong> para<br />

outros bairros e o seu impacto sobre os mercados imobiliários, provocando alterações nos<br />

estoques residenciais e comerciais <strong>na</strong> área central 9 .<br />

a área central da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro presenciou, até meados da década de<br />

1980, um processo de esvaziamento econômico que culminou em uma grave crise,<br />

8 KON, 1999, p.65.<br />

9 Durante as décadas de 1960 e 1970, uma série de normas urbanísticas foi imposta por meio da nova política<br />

adotada para a <strong>cidade</strong>, incluindo o Centro, como por exemplo, o aumento da verticalização e a especialização de<br />

usos. Segundo CARLOS (2006), <strong>na</strong> década de 1970 se consolidou o zoneamento da <strong>cidade</strong> através do decreto<br />

322, de 1976, que determinou, dentre outros pontos, o fim do uso residencial no Centro”. A esta situação somase<br />

a demolição de grande parte do acervo histórico e arquitetônico, a perda do papel de capital federal, e a<br />

tendência geral de espraiamento da <strong>cidade</strong> (em direção à zo<strong>na</strong> sul, norte e subúrbios), abando<strong>na</strong>ndo seus centros<br />

históricos devido à configuração de novos sub-centros ligados à função de comércio e serviços. Com todo este<br />

contexto, inicia-se um processo de perda de posição relativa do Centro que perdurará até a década de 1990.

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