rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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170<br />
de acumulação flexível” e no “movimento da propalada diminuição do Estado” 375 orientado<br />
por políticas neoliberais.<br />
O aumento da demanda estudantil pelo ensino superior privado advém, entre outros<br />
fatores, devido à disponibilidade de vagas e facilidade no acesso às mesmas, características<br />
das IES de cunho empresarial que parecem se “multiplicar” nos últimos tempos. Tal<br />
fenômeno é sintomático ao processo de “mercantilização da educação” aliado às novas formas<br />
de acumulação de capital <strong>na</strong> globalização da economia, assim como à reconfiguração do<br />
Estado (SILVA JR.; SGUISSARDI, 2001).<br />
Segundo estudiosos 376 , o “novo ensino privado de corte empresarial ou comercial”<br />
visa a acumulação de capital, e não, necessariamente, a qualidade dos serviços prestados<br />
(apesar de a melhoria <strong>na</strong> qualidade também se realizar em torno da concorrência). O alerta<br />
acerca deste tema aponta a intensa especulação fi<strong>na</strong>nceira que haveria por trás da expansão do<br />
setor educacio<strong>na</strong>l brasileiro, e que viria atraindo empresários e investidores<br />
descomprometidos com a demanda da sociedade, de acordo com as suas necessidades. A<br />
excelente rentabilidade e altas taxas de crescimento estariam atraindo empresários de diversos<br />
segmentos, assim como empresas fi<strong>na</strong>nceiras que administram fundos de investimentos<br />
estrangeiros e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is 377 .<br />
Como o Ensino Superior não é a prioridade do Estado, existe pouca disponibilidade<br />
de vagas <strong>na</strong>s Instituições Públicas, o que promoveu o interesse do empresariado <strong>na</strong><br />
área, pois o volume reduzido de vagas garantiu o aumento do valor de troca e o<br />
retorno do investimento. Este interesse impulsionou a expansão do Ensino Superior<br />
Privado no Brasil, sendo que a Universidade passou a ser entendida como um<br />
investimento, e a educação como prestação de serviço. No entanto, ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> década<br />
de noventa, as universidades privadas brasileiras foram transformadas em empresas<br />
(...). As Universidades constituídas como empresa escola transferiram a vocação<br />
empresarial para o contexto educacio<strong>na</strong>l, transformando: o aluno em cliente; a<br />
educação em serviço prestado; a capa<strong>cidade</strong> profissio<strong>na</strong>l do aluno formado em<br />
produto; e o conhecimento em mercadoria (BARBOSA, 2000, p.8).<br />
375<br />
SILVA JR; SGUISSARDI, 2001.<br />
376<br />
DURHAN; SAMPAIO (1995), autoras citadas por Mariluce Bittar [s/d]. Disponível <strong>na</strong> internet. DURHAN,<br />
Eunice Ribeiro; SAMPAIO, Hele<strong>na</strong>. O Ensino Privado no Brasil. São Paulo: USP – NUPES, Documento de<br />
Trabalho 3, 1995.<br />
377<br />
“São empresas como a JP Morgan, Advent, Pátria, Dy<strong>na</strong>mo, entre outras, que se utilizam basicamente do<br />
mesmo princípio: adquirem parte da instituição, injetam recursos, participam da gestão, esperam o negócio se<br />
valorizar e, fi<strong>na</strong>lmente, vendem sua parte esperando obter uma alta lucratividade nessa transação” (REDE<br />
BAHIA, 2004). In: “ENSINO SUPERIOR: conhecendo as regras do mercado”. Estudo de marketing<br />
apresentado pela emissora Rede Bahia de Televisão, datado de setembro de 2004. Disponível <strong>na</strong> internet.