rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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da Escola de Chicago, devido à sua influência <strong>na</strong> análise sobre os padrões de crescimento<br />
urbano e de transformação sociais <strong>na</strong>s grandes <strong>cidade</strong>s, e primeiramente dos países<br />
desenvolvidos a partir da década de 1930.<br />
No entanto, os processos de revitalização/requalificação/revalorização das áreas<br />
centrais das <strong>cidade</strong>s têm origem <strong>na</strong>s décadas de 1960/70 <strong>na</strong>s <strong>cidade</strong>s america<strong>na</strong>s de Baltimore,<br />
São Francisco e Boston 252 . Surge então um novo modelo de produção do urbano, a <strong>cidade</strong>empresa<br />
253 ou a <strong>cidade</strong>-empreendimento 254 , caracterizada pelas novas formas de intervenção<br />
urbanísticas e de administração pública, ou seja, novos atores, novos projetos urbanos e novas<br />
coalizões políticas 255 .<br />
Na década de 1990, a lógica da revalorização urba<strong>na</strong> visando proporcio<strong>na</strong>r acréscimos<br />
e vantagens ao modo de vida capitalista moderno, se mantém e espalha-se mais fortemente<br />
para as <strong>cidade</strong>s dos países subdesenvolvidos. Segundo Arantes (2002), tal lógica se insere nos<br />
“movimentos urbanos” e baseia-se numa estratégia cultural interessada no binômio<br />
“rentabilidade e patrimônio arquitetônico-cultural”, articulando-se através de coalizões de<br />
elite representadas pela “classe rentista de sempre” 256 como:<br />
incorporadores, corretores, banqueiros, etc., escorados por um séquito de<br />
coadjuvantes igualmente interessados e poderosos como a mídia, os políticos,<br />
universidades, empresas esportivas, câmaras de comércio e, enfim, nossos dois<br />
perso<strong>na</strong>gens desse enredo de estratégias: os planejadores urbanos e os promotores<br />
culturais (ARANTES, 2002, p.66).<br />
O tema cultura associado à transformação e gestão urba<strong>na</strong> tratado pela autora <strong>na</strong>s<br />
suas obras (2000,2002) revela uma aceleração do processo de fragmentação do espaço urbano<br />
legitimado por “consensos cívicos” acio<strong>na</strong>dos por “rentiers, planejadores urbanos e<br />
intermediários culturais”. A fragmentação do espaço pauta-se no favorecimento de zo<strong>na</strong>s<br />
252 Segundo Rabha, “das inúmeras práticas de intervenção empreendidas por várias <strong>cidade</strong>s ao redor do mundo<br />
surgiram distintas conduções para intervenções <strong>na</strong> área central. A profusão de conceitos, rotulados por nuances e<br />
sutilezas, apresenta-se segundo denomi<strong>na</strong>ções como recuperação, requalificação, reabilitação ou revitalização”<br />
(op.cit., p.18). Em trabalho anterior (monografia de especialização/IPPUR/<strong>UFRJ</strong>) intitulado “O velho e o novo:<br />
reflexões sobre as novas formas de uso e ocupação da área central do Rio de Janeiro” expomos de maneira mais<br />
detalhada os programas urbanísticos e as diferentes concepções de planejamento, caracterizados pela<br />
revitalização urba<strong>na</strong>, requalificação e “renovação preservadora”, em torno do processo de reestruturação da área<br />
central e as novas formas de organização do espaço. C.f. também Arantes (2002), Magalhães (2002), Mesentier<br />
(s/d), Rabha (2006).<br />
253 ARANTES, 2002.<br />
254 HALL, 1995.<br />
255 SÁNCHEZ, 2003.<br />
256 ARANTES, 2002, p.66/69.