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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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pontuais da <strong>cidade</strong> valorizadas pelo “capital cultural (...) cujo consumo, <strong>na</strong> forma de<br />

refi<strong>na</strong>mento artístico ostensivo, é a melhor garantia de que o clima de negócios é saudável” 257 .<br />

Em consonância ao contexto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, há no fim da década de 1970 e, início de<br />

1980, uma alteração <strong>na</strong>s <strong>na</strong>rrativas sobre o “declínio” do centro do Rio de Janeiro. Um novo<br />

discurso urbanístico é difundido, buscando legitimar-se com referência à recuperação de áreas<br />

centrais e a “requalificação dos centros, de forma a servir à competitividade entre as <strong>cidade</strong>s,<br />

característica da globalização. Ressurgiu, assim, a opção de retomada do centro<br />

tradicio<strong>na</strong>l” 258 .<br />

Na [década de 1980] o desinvestimento passou a caracterizar as metrópoles [...] Este<br />

novo contexto, em conjunto com a ampliação dos movimentos democráticos, fez<br />

com que a administração pública e o capital passassem a reconhecer a importância<br />

do patrimônio instalado, seja ele social ou físico e particularmente <strong>na</strong>s áreas centrais.<br />

O novo paradigma de desenvolvimento busca uma melhor utilização, ou melhor,<br />

reutilização do patrimônio existente: modelos que viabilizem o sistema econômico<br />

mas que, ao mesmo tempo, possibilitem utilizar potenciais instalados e atinja,<br />

melhores respostas socioculturais. Neste sentido é que se popularizou o modelo da<br />

revitalização urba<strong>na</strong>, que promove objetivos de desenvolvimento urbano e ações<br />

integradas com o fim de possibilitar ‘nova vida’ às áreas urba<strong>na</strong>s decadentes ou<br />

subutilizadas (DEL RIO, 1993, p.58) .<br />

Segundo Del Rio, o novo modelo urbanístico se distancia tanto dos processos<br />

traumáticos de renovação, que pressupunham um caráter “destrutivo” em busca de um<br />

“princípio da ordem”, quanto das atitudes exageradamente conservacionistas, que<br />

“‘congelava’ as testemunhas históricas, via a arquitetura como monumento, os edifícios como<br />

museus” 259 .<br />

Durante anos, a solução encontrada para corrigir o abandono, a ociosidade, a<br />

decadência esteve voltada para a promoção de amplos programas de renovação<br />

urba<strong>na</strong>. No Rio de Janeiro, a realização de eventos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, a modernização<br />

do sistema viário ou a implantação dos transportes de massa foram justificativas<br />

irrefutáveis para replicar sobre o antigo centro da <strong>cidade</strong>, modelos e malhas urba<strong>na</strong>s<br />

exóticos. Em geral, estavam baseados em desenho e concepção aos conceitos ditados<br />

no plano inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, tendo como pressupostos, os reflexos do processo de<br />

descentralização de cunho residencial e a perda da vitalidade das áreas centrais. Nos<br />

anos oitenta, iniciou-se uma revisão sobre tal tratamento até então conduzido para a<br />

área central (RABHA, op.cit., p.16).<br />

257 Ibid., p.67.<br />

258 MAGALHÃES, op.cit, p.743.<br />

259 DEL RIO,op.cit., p.58-9.

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