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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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89<br />

diagnóstico e o embelezamento, a monumentalidade e o controle social sobre o uso do espaço<br />

orientando a intervenção.<br />

Essas características do padrão irão sofrer no Brasil uma transformação, não <strong>na</strong>s<br />

suas categorias básicas, mas <strong>na</strong> fi<strong>na</strong>lidade da sua utilização. Desde o início do século<br />

as ‘idéias-força’ da <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidade e da modernização impõem-se à reflexão sobre o<br />

social. Isso significa que o discurso da higiene e da funcio<strong>na</strong>lidade guarda assim<br />

muito mais um caráter modernizador e afirmador da <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidade emergente que<br />

propriamente de controle social. Ou melhor, o controle social é um dos elementos da<br />

modernização e da constituição da <strong>na</strong>ção. Trata-se, aí, de reproduzir idéias, práticas<br />

e morfologias urba<strong>na</strong>s que sintetizam a modernidade tal como ela se expressa nos<br />

países ‘civilizados’. A oposição passado/futuro tem, assim, importância fundamental<br />

<strong>na</strong> articulação do padrão (RIBEIRO; CARDOSO, op.cit., p.64-65).<br />

Segundo Leme (1999), a partir de 1930 iniciou-se a criação de uma estrutura<br />

administrativa 193 para elaborar e gerenciar os Planos que tinham por objetivo o conjunto da<br />

área urba<strong>na</strong> <strong>na</strong> época. Com uma visão de totalidade, são planos que propõem a articulação<br />

entre bairros, o centro e a extensão das <strong>cidade</strong>s através de sistemas de vias e de transportes.<br />

Com a legislação urbanística e as primeiras propostas de zoneamento há maior controle do<br />

uso e ocupação do solo <strong>na</strong> maioria das <strong>cidade</strong>s brasileiras.<br />

Este viés intervencionista sobre o espaço esteve associado à dinâmica de acumulação<br />

de capital. O processo de especialização de áreas via zoneamento interligou-se largamente,<br />

como diria Corrêa (1999), às necessidades mutáveis de reprodução do capital (fi<strong>na</strong>nceiro e<br />

imobiliário), que através da ação complexa dos agentes sociais,<br />

levam a um constante processo de reorganização espacial que se faz via<br />

incorporação de novas áreas ao espaço urbano, densificação do uso do solo,<br />

deterioração de certas áreas, renovação urba<strong>na</strong>, relocação diferenciada da infraestrutura<br />

e mudança, coercitiva ou não do conteúdo social e econômico de<br />

determi<strong>na</strong>das áreas da <strong>cidade</strong> (CORRÊA, 1999, p.20).<br />

Durante o governo do prefeito Henrique Dodsworth (1937- 1945), a <strong>cidade</strong> do Rio de<br />

Janeiro passou por novas reformas. A chamada Reforma Dodsworth marcou a remodelação da<br />

<strong>cidade</strong> pela retomada em novas bases da urbanização <strong>na</strong> Espla<strong>na</strong>da do Castelo, com grandes e<br />

largas avenidas e construções que ocupam quarteirões inteiros. Segundo Barros (2003), “se a<br />

Avenida Central foi o grande símbolo da República Velha, a Espla<strong>na</strong>da do Castelo foi o<br />

principal símbolo do Estado Novo” 194 .<br />

193 Legislação urbanística, instrumentos de licenciamento e fiscalização, consolidação do urbanismo enquanto<br />

área de conhecimento e prática profissio<strong>na</strong>l, contratação de especialistas estrangeiros.<br />

194 BARROS, op.cit., p.8.

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