rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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Estes tipos de interações apresentam variações <strong>na</strong> sua <strong>na</strong>tureza, intensidade e<br />
freqüência de ocorrência, ou seja, variam conforme a distância e direção, propósitos, podendo<br />
se realizar através de diversos meios e velo<strong>cidade</strong>s 44 .<br />
No entanto, as interações espaciais devem ser vistas como parte integrante da<br />
existência (e reprodução) e do processo de transformação social e não como puros e<br />
simples deslocamentos de pessoas, mercadorias, capital e informação no espaço. No<br />
que se refere à existência e reprodução social, as interações espaciais refletem as<br />
diferenças de lugares face às necessidades historicamente identificadas. No que<br />
concerne às transformações, as interações espaciais caracterizam-se,<br />
preponderantemente, por uma assimetria, isto é, por relações que tendem a favorecer<br />
um lugar em detrimento do outro, ampliando às diferenças já existentes, isto é,<br />
transformando os lugares (Ibid., p. 279 - 280).<br />
A análise dos tipos de fluxos que se realizam <strong>na</strong> área central do Rio de Janeiro ao<br />
longo da história pode auxiliar a compreensão quanto ao seu papel atual e ao sentido de<br />
<strong>centralidade</strong> atribuído pelos diferentes atores sociais. Assim, ela aponta a apropriação da área<br />
central como “um local privilegiado” – “seja pelo seu papel simbólico seja por sua relevância<br />
funcio<strong>na</strong>l, econômica ou política” – útil para a implementação de políticas públicas ligadas ao<br />
turismo cultural e ações privadas ligadas ao comércio, serviços e moradia. Observa-se,<br />
atualmente, uma nítida relação entre os projetos do poder público/privado e a criação e/ou<br />
afirmação de <strong>centralidade</strong>s 45 .<br />
1.2. A DINÂMICA DOS CENTROS URBANOS: DEFINIÇÕES, NOÇÕES E<br />
CONCEITOS<br />
A questão da <strong>centralidade</strong> em geral, da <strong>centralidade</strong> urba<strong>na</strong> em particular, não é das<br />
mais fáceis, ela atravessa toda a problemática do espaço (...). Cada época, cada<br />
modo de produção, cada sociedade particular engendrou (produziu) sua <strong>centralidade</strong>:<br />
centro religioso, político, comercial, cultural, industrial, etc. Em cada caso, a relação<br />
entre a <strong>centralidade</strong> mental e a <strong>centralidade</strong> social está para ser definida<br />
(LEFEBVRE, 1974 46 apud SILVEIRA, op.cit., p.33)<br />
Na reflexão a respeito da configuração sócio-espacial da área central alguns eixos de<br />
análise se afiguram relevantes. Assi<strong>na</strong>la-se a importância da área central enquanto localização<br />
<strong>na</strong> estrutura urba<strong>na</strong> e, assim, os processos sociais expressos <strong>na</strong> sua espacialidade. Para tal,<br />
44 CORRÊA, 1997.<br />
45 SILVEIRA, op.cit., p.18/36.<br />
46 LEFEBVRE, Henri. L’ Espace contraditoire. In: La production de l’espace. Paris: Éditions Anthropos, 1974.<br />
p. 383.