rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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à proximidade com o enorme mercado de trabalho nela situada. Dentro deste contexto<br />
histórico, não deixamos de mencio<strong>na</strong>r o desenvolvimento econômico de São Paulo, e a<br />
superação do número de indústrias em relação à <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro já <strong>na</strong>s primeiras<br />
décadas. A primazia 204 paulista irá paulati<strong>na</strong>mente se estabelecer ao longo do Século XX,<br />
causando significativos impactos no Centro do Rio.<br />
A função de serviços profissio<strong>na</strong>is também se espraiou pelo território da <strong>cidade</strong>. Sua<br />
lógica de localização se apresenta da seguinte forma, segundo Duarte: quanto mais<br />
especializado os serviços, mais concentrados eles são em centros importantes. Apesar de<br />
verificada a distribuição de serviços médicos e busca por espaços para escritórios, por<br />
exemplo, em Botafogo (que não se caracterizava um subcentro comercial), até meados da<br />
década de 1970, ainda havia a primazia da procura por estes serviços <strong>na</strong> Área Central de<br />
Negócios.<br />
Quanto aos serviços ligados à oferta de transportes, o Centro manteve a concentração<br />
dos termi<strong>na</strong>is. Atualmente essa área se abastece de um sistema viário composto de transportes<br />
ferroviário, metroviário, rodoviário, hidroviário e aeroviário, além de vias terrestres<br />
importantes como a avenida Infante Dom Henrique (via do Aterro do Flamengo), av. Primeiro<br />
de Março, av. Presidente Antônio Carlos, av. Presidente Vargas e av. Rio Branco. A<br />
<strong>centralidade</strong> dos transportes é um elemento estruturador da <strong>cidade</strong> e fator estratégico para a<br />
sua dinâmica atual.<br />
A função cultural dos subcentros é apontada por Duarte em sua importância em<br />
relação ao seu atendimento à população e geração de emprego. A autora mencio<strong>na</strong> a<br />
distribuição geográfica dos estabelecimentos de ensino primário, secundário e superior (atual<br />
ensino básico e de extensão como as escolas, cursos preparatórios, vestibulares e de línguas)<br />
204 O conceito de primazia urba<strong>na</strong> é atrelado ao processo de urbanização brasileira e à emergente “sociedade<br />
urbano-industrial <strong>na</strong> periferia pobre da economia mundial”, no contexto do após-segunda guerra (FARIA, 1991).<br />
Segundo o autor, “entre 1945 e 1980 a sociedade brasileira conheceu taxas bastante elevadas de crescimento<br />
econômico e sofreu profundas transformações estruturais. Ficou para trás a sociedade predomi<strong>na</strong>ntemente rural,<br />
cujo di<strong>na</strong>mismo fundava-se <strong>na</strong> exportação de produtos primários de base agrícola, e emergiu uma complexa e<br />
intrigante sociedade urbano-industrial. (...) Disso vem resultando um sistema urbano dinâmico e crescentemente<br />
integrado sob o comando funcio<strong>na</strong>l das áreas metropolita<strong>na</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de São Paulo e Rio de Janeiro. Neste<br />
sistema, em trinta anos, surgiram 386 novas <strong>cidade</strong>s de mais de 20 mil habitantes! (...) numa contradição ape<strong>na</strong>s<br />
aparente, caracteriza-se por índices ‘rank-size’ de primazia urba<strong>na</strong> relativamente baixos e pela existência, em sua<br />
porção superior, de cerca de trinta aglomerações de grande porte (250 mil habitantes ou mais) <strong>na</strong>s quais viviam,<br />
em 1980, mais de 40 milhões de pessoas. Essas características de di<strong>na</strong>mismo e diferenciação, embora formais,<br />
deixam entrever a complexidade dos processos subjacentes de transformação ocupacio<strong>na</strong>l e social ocorridos no<br />
mesmo período” (p.102-3). Ver FARIA, Vilmar E. Cinqüenta anos de urbanização no Brasil. Novos Estudos,<br />
CEBRAP, n.29, março de 1991, pp.98-119.