rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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de-obra) brasileiro. Neste sentido, as IES públicas e privadas se configuraram como<br />
importantes atores em parceria com o Estado, alianças que permanecem atualmente, embora a<br />
tendência do controle do ensino privado pelas universidades particulares tenha crescido<br />
amplamente ao longo das últimas décadas.<br />
Vale registrar a importância das atividades de ensino nos programas de revitalização<br />
de áreas centrais desenvolvidos em várias <strong>cidade</strong>s, sendo objeto de uma agressiva<br />
política de atração. No Rio, a localização foi buscada pelo mercado, sem que<br />
houvesse instrumento ou incentivo indutor. Ainda assim, apesar de freqüentemente<br />
citada como um dos si<strong>na</strong>is da vitalidade do centro do Rio, a percepção do filão é<br />
ainda uma aquisição única do mercado privado, não tendo sido capturada pelo setor<br />
público para mensurar seus impactos ou para modelagem de projetos urbanos<br />
voltados à potencialização de um novo conjunto de usuários, que já apresentam<br />
significativa representatividade numérica (RABHA, 2006, p.288).<br />
Recentemente, tem se destacado um discurso por meio da mídia e de órgãos ligados ao<br />
urbanismo a respeito da “volta” das funções econômica, social e cultural para a Área Central<br />
do Rio de Janeiro. Verifica-se uma valorização dos processos espaciais de revitalização e<br />
refuncio<strong>na</strong>lização dos centros urbanos, associando desenvolvimento urbano e crescimento<br />
econômico, por atores públicos e privados. Apresentam-se como si<strong>na</strong>is de “vitalidade” os<br />
novos empreendimentos habitacio<strong>na</strong>is (condomínios fechados), corporativos (edifícios<br />
inteligentes) e educacio<strong>na</strong>is (universidades), símbolos de uma nova forma de gestão e atuação<br />
empresarial sobre a <strong>cidade</strong> – o planejamento estratégico.<br />
Coube ao estudo investigar as IES privadas com seus projetos de expansão em voga no<br />
centro da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro, a partir da década de 1990, e que estariam participando da<br />
reconfiguração do Centro em novos moldes, revelando um processo de mercantilização da<br />
educação, utilitário das propostas de intervenção espaciais de cunho gentrificador para<br />
acelerar a acumulação de capital.