rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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ligada a formas mais sistemáticas de intervenção urba<strong>na</strong>, aos grupos sociais<br />
poderosos interessados ou beneficiados por ela, à articulação desses grupos com o<br />
poder público, ao papel implementador desempenhado por este último, ao impacto<br />
sobre o modo de vida das classes populares – em geral as mais atingidas por tais<br />
fenômenos – e a processos sociais resultantes <strong>na</strong>s áreas de tais intervenções<br />
(FRÚGOLI JÚNIOR, 2006, p.20).<br />
A Área Central emerge sob condições indiretas do processo de industrialização e<br />
estruturação da <strong>cidade</strong> moder<strong>na</strong>, representando a ampliação das relações da <strong>cidade</strong> (por meio<br />
de fluxos de capital, mercadorias, pessoas e idéias) 101 com o mundo exterior a ela. Apesar de a<br />
<strong>cidade</strong> ter se origi<strong>na</strong>do em função das necessidades de aglomeração 102 , segundo abordagens<br />
funcio<strong>na</strong>listas, o aumento da demanda por exter<strong>na</strong>lidades 103 pelos agentes econômicos,<br />
estimulados por inovações no âmbito das redes de infra-estrutura, passa a exigir um espaço<br />
específico para a realização das suas atividades lucrativas.<br />
Quanto à infra-estrutura urba<strong>na</strong> destaca-se a rede viária moder<strong>na</strong>, já mencio<strong>na</strong>da em<br />
sua importância como elemento estruturador das <strong>cidade</strong>s capitalistas, no momento<br />
caracterizado como Segunda Revolução Industrial, <strong>na</strong> passagem do Século XIX para o XX.<br />
Seu papel foi crucial para a ampliação das relações interurba<strong>na</strong>s e inter-regio<strong>na</strong>is e para a<br />
diminuição das deseconomias de transbordo devido à localização dos termi<strong>na</strong>is viários<br />
próximos uns dos outros geograficamente 104 .<br />
A acessibilidade promovida pela expansão da rede viária e a aglomeração de<br />
atividades econômicas passam a centralizar e atrair determi<strong>na</strong>dos tipos de fluxos que se<br />
reproduzem numa espacialidade de configuração diferenciada, dada a sua forma e função em<br />
relação ao restante da estrutura urba<strong>na</strong>. Esta é composta basicamente de dois setores<br />
intercomunicantes: o centro de gestão - o núcleo central (core, Centro Intra-urbano ou CIU;<br />
Central Business District ou CBD; Área Central de Negócios ou ACN); e uma franja de usos<br />
diversificados que separa o centro dos demais bairros – a zo<strong>na</strong> periférica ao centro (frame,<br />
zone in transition, zo<strong>na</strong> de obsolescência ou deteriorada) 105 .<br />
101 CORRÊA, 1999.<br />
102 Segundo Liberato (1976), Santos (2001), Corrêa (2001), Kleiman (2004).<br />
103 Exter<strong>na</strong>lidade é definida como os “efeitos econômicos sobre as empresas e atividades decorrentes da ação de<br />
elementos externos a elas” (ibid., p.83). Ex. infra-estrutura, acesso a recursos <strong>na</strong>turais, proximidade a outras<br />
empresas, etc.<br />
104 CORRÊA, 2001.<br />
105 Caracterização apresentada n