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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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108<br />

2.2.1. A perda de <strong>centralidade</strong> e o “esvaziamento” do centro<br />

Procurou-se delinear a seguir alguns enfoques teóricos 226 para a análise referida ao<br />

processo de “esvaziamento” do centro ou a perda relativa de posição desta <strong>centralidade</strong> em<br />

âmbito local e regio<strong>na</strong>l, a partir de meados do século XX. A transformação da <strong>centralidade</strong><br />

principal em termos físicos, funcio<strong>na</strong>is e simbólicos ao longo do período mencio<strong>na</strong>do, pautase<br />

em mudanças ligadas ao esvaziamento e, em seu sentido “oposto” - o de “retorno” ou<br />

“volta” - da <strong>centralidade</strong> a partir da década de 1980/90. Num primeiro momento, concluímos<br />

que a <strong>na</strong>tureza do processo de esvaziamento se refere às perdas funcio<strong>na</strong>is (econômicas e<br />

política-administrativas), sociais e simbólicas.<br />

Silveira (op.cit.) aponta o papel do Estado <strong>na</strong> política urba<strong>na</strong>, e o seu instrumental<br />

urbanístico legal <strong>na</strong> configuração de um “quadro de renovação arrasadora e excludente”, ao<br />

longo do Século XX. “No entanto, as dificuldades de reverter-se o processo de retirada ou de<br />

expulsão da população moradora <strong>na</strong> área central está evidenciada nos dados censitários das<br />

últimas décadas que revelam contínua perda do uso residencial nessa área” 227 .<br />

Tal processo de esvaziamento demográfico da Região Administrativa do Centro pode<br />

ser conferido também em alguns indicadores imobiliários.<br />

Observando-se os indicadores de densidade predial (número de prédios/Km2) e de<br />

verticalizações (número de domicílios/prédio) <strong>na</strong> década de 70 verifica-se uma perda<br />

de 25,3% <strong>na</strong> densidade predial e um acréscimo de 50,2% <strong>na</strong>s verticalizações,<br />

indicando intensificação no uso do solo. Na mesma década houve um decréscimo <strong>na</strong><br />

população residente de aproximadamente 8%, o que denota, que o aumento <strong>na</strong><br />

verticalização não foi direcio<strong>na</strong>do ao uso residencial (ABRAMO & MARTINS,<br />

2001).<br />

Os autores acrescentam que no período de 1975 a 1980 o acréscimo de novas unidades<br />

de salas e lojas comerciais no Centro saltou de 4,8% para 38,7% do total da <strong>cidade</strong>, enquanto<br />

o acréscimo de unidades residenciais decaiu. A composição das transações imobiliárias indica<br />

a importância dos negócios com imóveis comerciais no Centro, de 1968 a 1984, <strong>na</strong> medida<br />

em que aproximadamente 60% das transações imobiliárias se deram com esse tipo de estoque.<br />

No entanto, com o desenvolvimento científico−tecnológico e o incremento dos fluxos<br />

de informação não há mais necessidade de se manter tantos escritórios no centro da <strong>cidade</strong>.<br />

Nas últimas décadas houve uma mudança <strong>na</strong> dinâmica espacial expressa no esvaziamento de<br />

226 De autores como Duarte (1967), Duarte (1974), Villaça (1998), Magalhães (2001), Santos (1995), Silveira<br />

(2004), Frúgoli Júnior (2006), Rabha (2006), entre outros.<br />

227 RABHA, op.cit., p.72.

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