rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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localização intra-urba<strong>na</strong>, baseia-se em duas indagações: por que o espaço urbano se estrutura<br />
dessa forma?; e que relações conformam este tipo de organização?<br />
Esta concepção urbanística parte da seguinte noção:<br />
Centro é uma parte da <strong>cidade</strong> delimitada espacialmente (por ex., situada <strong>na</strong><br />
confluência de um esquema radial de vias de comunicação), que desempenha uma<br />
função simultaneamente integradora e simbólica. O centro é um espaço que, devido<br />
às características de sua ocupação, permite uma coorde<strong>na</strong>ção das atividades urba<strong>na</strong>s,<br />
uma identificação simbólica e orde<strong>na</strong>da destas atividades e, por conseguinte, a<br />
criação das condições necessárias à comunicação entre os atores (CASTELLS, 1975<br />
apud SILVEIRA, op.cit., p. 34)<br />
Castells mencio<strong>na</strong> também a “visão de um centro essencialmente funcio<strong>na</strong>l, isto é,<br />
referente ao seu papel desempenhado <strong>na</strong> estrutura urba<strong>na</strong>”. Partindo da perspectiva da<br />
corrente de Ecologia Urba<strong>na</strong>, “destaca a noção de centro como zo<strong>na</strong> de intercâmbio e<br />
coorde<strong>na</strong>ção de atividades descentralizadas”, cujo núcleo é objeto de estudo de diversos<br />
autores. Formam-se, portanto, as investigações relacio<strong>na</strong>das à noção de central business<br />
district, que “contribuíram decisivamente para formar a imagem já clássica do coração<br />
administrativo e comercial das grandes aglomerações” 50<br />
Sob esta perspectiva, identificam-se os trabalhos dos estudiosos da escola de Ecologia<br />
Huma<strong>na</strong>/Urba<strong>na</strong>, como Burguess (1974) e Hoyt (2005) e os geógrafos da corrente quantitativa<br />
como Duarte (1967), Duarte (1974) e Liberato (1976), e da corrente crítica como Corrêa<br />
(1999, 2001) e Santos (1995). Nestes estudos enfoca-se a importância do centro,<br />
principalmente do Núcleo Central como o lugar detentor da máxima <strong>centralidade</strong> urba<strong>na</strong>,<br />
devido a uma série de fatores atribuídos ao longo do tempo como a acessibilidade,<br />
exter<strong>na</strong>lidades, amenidades, etc. A produção do espaço da área central e suas formas de<br />
articulação com os demais elementos da estrutura urba<strong>na</strong> estariam vinculadas à dinâmica das<br />
funções urba<strong>na</strong>s, em especial no âmbito econômico (comercial e fi<strong>na</strong>nceiro).<br />
Outra característica ressaltada por Castells é a dos centros de lazer e de espetáculo –<br />
um “núcleo lúdico, onde se concentram lugares de diversão e ócio”. Neste ambiente há uma<br />
“sublimação do ambiente urbano propriamente dito, através de toda uma gama de opções<br />
possíveis e da valorização de uma disponibilidade de ‘consumo’, no sentido mais lato da<br />
palavra” 51 .<br />
Tal dimensão da <strong>centralidade</strong> é apropriada historicamente por diferentes grupos e<br />
segmentos sociais. Recentemente o centro do Rio de Janeiro, seguindo uma tendência<br />
50 CASTELLS, 1975 apud SILVEIRA, op.cit., p.34.<br />
51 Ibid.