rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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lugar, a posição da <strong>cidade</strong> do Rio de Janeiro no movimento mundial de expansão do capital<br />
que promoveu a importação das relações tipicamente capitalistas de produção pela elite<br />
carioca 139 , engendrando “processos e acontecimentos responsáveis por mudanças <strong>na</strong> paisagem<br />
social e material da <strong>cidade</strong>” 140 . Nestes termos, como agente de mudanças do urbano,<br />
destacamos o Estado, representado pelos seus “aparelhos” e parceiro das parcelas domi<strong>na</strong>ntes<br />
da sociedade, que legitima, através de suas políticas, o modelo mundial de desenvolvimento<br />
aliado à ‘modernização’ capitalista.<br />
Para melhor interpretação deste quadro serão considerados os atores envolvidos, como<br />
o Estado e o setor privado, seus discursos e estratégias locacio<strong>na</strong>is, assim como o imaginário<br />
simbólico representado <strong>na</strong> espacialidade do Centro e, em seguida, como as transformações<br />
nesta última afetam os significados da <strong>centralidade</strong> para a população.<br />
Desta forma, mais amiúde, dado o resgate histórico perseguido, buscar-se-á sublinhar<br />
as mudanças e permanências sócio-espaciais que caracterizam a antiga <strong>centralidade</strong> (com<br />
seus atributos físicos, funcio<strong>na</strong>is e simbólicos), vigente até a década de 1950. Logo após,<br />
abordam-se as transformações da mesma, a partir da década de 1960, ligadas aos processos de<br />
descentralização e a perda da importância relativa do centro <strong>na</strong> escala intra-urba<strong>na</strong>, regio<strong>na</strong>l e<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
A afirmação de novos centros dentro deste quadro de mudanças <strong>na</strong> escala<br />
metropolita<strong>na</strong>, tanto para os primeiros subcentros (Copacaba<strong>na</strong>, Botafogo, etc.) quanto para<br />
<strong>centralidade</strong>s com novas dimensões como a Barra da Tijuca, traz impactos para o tradicio<strong>na</strong>l<br />
Centro. No entanto, <strong>na</strong>s últimas décadas do Século XX, configura-se um movimento de recentralização<br />
iniciado por meio de ações de preservações do patrimônio edificado e resgate<br />
das funções culturais, comerciais e de serviços.<br />
Apesar desta dinâmica ser denomi<strong>na</strong>da de “volta ao Centro”, tanto <strong>na</strong> literatura da área<br />
de urbanismo quanto pela mídia e Poder Público, “o processo de redefinição e recomposição<br />
da <strong>centralidade</strong> no contexto urbano contemporâneo” envolve definições “do que seja central,<br />
segundo determi<strong>na</strong>dos atores” 141 que, por decorrência, impõem novas visões e representações<br />
sobre o “Centro”. Cabe a este estudo avaliar como esta noção orienta novas formas de<br />
apropriação do espaço central – no caso pelas Instituições privadas de Ensino Superior,<br />
buscando o sentido da refuncio<strong>na</strong>lização da área central do Rio de Janeiro vista por meio da<br />
instalação das mesmas em seu espaço, <strong>na</strong>s últimas décadas.<br />
139 BARBOSA, 1992.<br />
140 RODRIGUES, op.cit.<br />
141 FRÚGOLI JÚNIOR, op.cit.