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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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empreendimentos no setor de serviços avançados 148 no núcleo central, como os serviços<br />

corporativos materializados nos “edifícios inteligentes”; as universidades particulares; cafés e<br />

livrarias; e a consolidação do que denomi<strong>na</strong>mos Pólo Comercial de Luxo 149 , formado por<br />

lojas de griffe do ramo do vestuário, bolsas e calçados.<br />

As políticas de revitalização da área central postas em marcha pelo governo e suas<br />

parcerias do setor empresarial favorecem a organização comercial, <strong>na</strong> medida em<br />

que restituem as dinâmicas econômica e cultural que estabelecem nexos<br />

convergentes para esta área. O centro dos dias atuais, <strong>na</strong> sua heterogeneidade<br />

inter<strong>na</strong>, oferece cultura, comércio, serviços e lazer, buscando resgatar a imagem dos<br />

anos 50, ou do tempo da Corte, quando tudo acontecia no centro. Dentro do<br />

quadrilátero histórico, (...) o comércio se beneficia desta vida nova que se tenta<br />

imprimir, recuperando as fachadas e a imagem urba<strong>na</strong> através de algumas<br />

referências como uma confeitaria, uma chapelaria, um empório de vinhos e<br />

importados, enfim, um comércio especializado e que tem a marca de símbolos<br />

cariocas vinculados ao centro histórico (PACHECO, 1999, p.2).<br />

Cabe então considerar a visão crítica acerca deste tema apresentada em tantos autores<br />

que debatem a revitalização de áreas centrais. Segundo Fer<strong>na</strong>ndes (2003) 150 , a dinâmica<br />

urba<strong>na</strong> tanto de <strong>cidade</strong>s médias ou grandes tem sido regulada pela “força do lucro”. Logo, o<br />

termo “revitalização de áreas centrais” deve ser problematizado: “o que se entende por<br />

revitalizar, o que revitalizar, por que revitalizar, para quê e para quem?” 151 . Santos (1995)<br />

também questio<strong>na</strong> as ações do Estado <strong>na</strong>s áreas centrais, avaliado-as como lugares<br />

privilegiados para os investimentos do Poder Público relativos aos projetos de revitalização.<br />

Para Silveira (2004), com relação aos chamados “projetos de ‘revitalização’ ou<br />

‘requalificação’, podemos afirmar que a própria concentração de recursos fi<strong>na</strong>nceiros em<br />

determi<strong>na</strong>dos lugares tende a promover a sua ‘gentrificação’” 152 .<br />

Segundo a autora, revitalizar (incluindo práticas de preservação) “em direção à<br />

valorização [dos espaços] como mercadoria seria esvaziar os espaços simbólicos da <strong>cidade</strong> de<br />

148 Segundo Pacheco (1999), são serviços ligados à terceirização da economia tais como: contabilidade,<br />

publi<strong>cidade</strong>, serviços de lazer, educação, comércio, transportes, comunicações, consultoria, etc. Assim, no<br />

campo do terciário superior, citamos os serviços de assessoria a empresas, e sob princípios da acumulação<br />

corporativa, incluímos os seguros, serviços fi<strong>na</strong>nceiros, jurídicos, de gestão e consultoria técnica e de recursos<br />

humanos (formação profissio<strong>na</strong>l, gestão de recursos humanos, estudos de viabilidade econômica e fi<strong>na</strong>nceira),<br />

além da infra-estrutura informacio<strong>na</strong>l e científico tecnológica.<br />

149 Quadrilátero formado pelas ruas do Ouvidor, do Carmo, da Assembléia e Uruguaia<strong>na</strong> (incluindo em seu<br />

interior as Ruas Gonçalves Dias, Avenida Rio Branco, Sete de Setembro e da Quitanda).<br />

150 FERNANDES, 2003 apud SILVEIRA, 2004, p.51. FERNANDES, A<strong>na</strong> Cristi<strong>na</strong>. “Revitalização de Áreas<br />

Centrais”, 2003, 16 p. (mimeo).<br />

151 SILVEIRA, loc.cit.<br />

152 Ibid., p.311.

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