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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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54<br />

emergiu como forma de otimizar a produtividade e os lucros dos atores econômicos<br />

envolvidos 98 .<br />

Frúgoli Júnior (2006), ao introduzir sua problemática acerca das trajetórias, conflitos e<br />

negociações em torno da <strong>centralidade</strong> <strong>na</strong> metrópole paulista<strong>na</strong>, apóia-se em Walter<br />

Benjamin 99 para iniciar um “diálogo com tópicos da configuração mais nítida da <strong>cidade</strong><br />

moder<strong>na</strong>” (p.19):<br />

[...] há um consenso de que a modernização urba<strong>na</strong> está historicamente ancorada em<br />

seus primórdios <strong>na</strong> Paris da segunda metade do século XIX, [...] cuja<br />

industrialização foi acompanhada pelo aumento populacio<strong>na</strong>l, alimentado pelo<br />

enorme afluxo de camponeses desenraizados que passaram a compor a multidão<br />

urba<strong>na</strong>, numa <strong>cidade</strong> que sofreu uma intervenção planejadora de grande escala, com<br />

a criação do sistema de bulevares, sob o comando do barão de Haussmann [...] que<br />

rasgaram o tecido urbano – inserindo Paris numa escala de circulação mais propícia<br />

à ordem capitalista industrial de então (Ibid., p.19-20).<br />

O modo de produção capitalista depende do consumo e a mais-valia representa o seu<br />

combustível de funcio<strong>na</strong>mento. As condições materiais determi<strong>na</strong>ntes desta lógica se<br />

consolidam com a revolução industrial, por meio do surgimento de um sistema técnicocientífico<br />

industrial que tem como função viabilizar a implantação da economia industrial nos<br />

centros urbanos. O espaço urbano se tor<strong>na</strong>, portanto, o locus da indústria e do comércio –<br />

mais precisamente da integração produção-circulação-consumo 100 .<br />

Esta integração, denomi<strong>na</strong>da cooperação urba<strong>na</strong>, é um motor da acumulação<br />

capitalista, a qual se realiza por meio dos efeitos úteis da aglomeração (entrelaçamento dos<br />

capitais industriais, proximidade produção - consumo, concentração do mercado consumidor,<br />

redução do tempo de circulação das mercadorias, compactação da força de trabalho e<br />

reprodução da força de trabalho). A condição de reprodução desses efeitos úteis da<br />

aglomeração e, conseqüentemente, da cooperação urba<strong>na</strong> para acumulação de capital é o<br />

crescimento das <strong>cidade</strong>s que se dará, em meados do Século XIX, pela implantação das<br />

primeiras redes de estruturação das <strong>cidade</strong>s ou de infra-estrutura urba<strong>na</strong> (água, esgoto, elétrica<br />

e viária). Surge, então, a <strong>cidade</strong> moder<strong>na</strong><br />

98 ROLNIK, 1997.<br />

99 BENJAMIN, W. Paris, capital do século XIX. In: KOTHE, F. R. (org.), W. Benjamin. São Paulo: Ática, 1985,<br />

p.30-43.<br />

100 KLEIMAN, 2004.

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