rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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58<br />
(4) segregação e as áreas residenciais<br />
(5) invasão-sucessão e áreas residenciais deterioradas e novas áreas em setores de<br />
expansão/especulação residencial<br />
(6) inércia e as áreas cristalizadas<br />
O processo de centralização, apresentado anteriormente, dá origem à <strong>cidade</strong><br />
monocêntrica, realidade concreta até as primeiras décadas do Século XX, <strong>na</strong> qual as<br />
articulações entre os bairros passavam necessariamente pelo núcleo central. Segundo as<br />
concepções teóricas da ecologia huma<strong>na</strong> 113 , a organização espacial da <strong>cidade</strong> monocêntrica<br />
apontava o centro como foco de articulação, realizando as funções centrais de lugar de troca<br />
de bens e serviços, e de gestão pública e privada de atividades descentralizadas, ou seja, o<br />
“lugar do mercado” 114 . Assim, numa abordagem funcio<strong>na</strong>lista a produção do espaço da área<br />
central e suas formas de articulação com os demais elementos da estrutura urba<strong>na</strong> estariam<br />
vinculadas à dinâmica das funções urba<strong>na</strong>s, principalmente, no âmbito econômico (comercial<br />
e fi<strong>na</strong>nceiro).<br />
O Núcleo – ponto central que agluti<strong>na</strong> o mercado e as vantagens de aglomeração, se<br />
diferencia por apresentar-se como uma limitada e privilegiada área de intensa verticalização e<br />
concentração de termi<strong>na</strong>is de transportes inter-regio<strong>na</strong>is e intra-urbanos, ou seja, o lugar ideal<br />
para a realização e reprodução de inúmeras atividades 115 .<br />
Sua formação como Núcleo ou Área Central de Negócios (C.B.D.- Central Business<br />
District) é advinda do processo de verticalização, sendo que o “frame” ou zo<strong>na</strong> periférica do<br />
centro fazia os limites da área central com os bairros. As exter<strong>na</strong>lidades deste ponto<br />
representam vantagens locacio<strong>na</strong>is distintivas para os atores econômicos e para o mercado<br />
consumidor em relação ao conjunto da <strong>cidade</strong> por possibilitar um valor do uso do solo<br />
diferenciado e uma otimização dos tempos de deslocamento 116 . Até as primeiras décadas do<br />
Século XX se concentravam no núcleo central o comércio varejista para a elite, as lojas de<br />
calçados, móveis, roupas, etc.<br />
113 No trabalho de Rabha (2006), a autora apresenta alguns autores desta corrente e seus estudos “valendo citar<br />
Proudfoot (1933), Kelly (1955), Vance Jr. (1958), Hoyt (1958) e Berry (1959) para a atividade varejista; Murphy<br />
e Vance (1954) para a delimitação da área central de negócios, segundo levantamentos dos usos do solo; e<br />
Griffin e Preston (1966), para o reconhecimento do potencial de reassimilação das áreas deterioradas, a chamada<br />
zo<strong>na</strong> de transição, <strong>na</strong> periferia do centro de negócios das <strong>cidade</strong>s” (p.31).<br />
114 SANTOS, 2001.<br />
115 Caracterização apresentada <strong>na</strong>s obras de Corrêa (2001); Santos (2001); Mello (2002).<br />
116 SANTOS, passim.