rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
85<br />
localizadas as melhores casas comerciais, as sedes de jor<strong>na</strong>is e de grandes<br />
companhias, diversos clubes, hotéis e vários edifícios do governo (ABREU, op.cit.,<br />
p.142).<br />
No início da avenida, a Praça Mauá fazia a ligação com o porto, enquanto que <strong>na</strong> sua<br />
extremidade voltada para a zo<strong>na</strong> sul, configurava-se um novo centro representado pela Praça<br />
Floriano, “onde foram edificados novos prédios desti<strong>na</strong>dos à cultura – Teatro Municipal,<br />
Biblioteca Nacio<strong>na</strong>l, Escola Nacio<strong>na</strong>l de Belas Artes – e ao poder – Se<strong>na</strong>do Federal (Palácio<br />
Monroe), Câmara Municipal e Supremo Tribu<strong>na</strong>l Federal” 182 .<br />
Por fim, houve também o alargamento de diversas ruas e a arborização de praças.<br />
Destacam-se o alargamento da Rua da Prainha, com a demolição de todos os prédios<br />
origi<strong>na</strong>ndo a Rua do Acre. Outros logradouros públicos como a Praça XV, o Largo do<br />
Machado, o Passeio Público, entre outros, tiveram seus jardins melhorados e/ou a instalação<br />
de esculturas suntuosas.<br />
Em pouco tempo, a <strong>cidade</strong> havia mudado e, com a introdução de novos hábitos,<br />
i<strong>na</strong>uguravam-se outros comportamentos. Fazer a avenida era um deles. Assim, estar<br />
<strong>na</strong> Central representava estar inserido <strong>na</strong> vida urba<strong>na</strong>, freqüentando bancos, cafés e<br />
lojas, ao passo que passear pela Beira Mar servia à apreciação da <strong>na</strong>tureza, ao<br />
contato dos bons ares vindos do oceano (RABHA, op.cit., p.119).<br />
No que se refere à questão da moradia, o período de 1870/1930 configurou, portanto,<br />
momento particular de transformação das relações sociais de produção, circulação e<br />
distribuição da moradia, revelando o surgimento do capital imobiliário. Tal feito modificou,<br />
assim, defitivamente, as formas de ocupação do espaço urbano.<br />
O período de 1870−1930 é um momento de transição das relações sociais que<br />
fundam a nossa sociedade. Com efeito, a partir de 1870 entra em crise a economia<br />
mercantil−escravista e, pouco a pouco, afirma−se uma economia urba<strong>na</strong> organizada<br />
com base no trabalho livre; expande−se a intervenção sobre a <strong>cidade</strong>, através da<br />
legislação urba<strong>na</strong> e dos investimentos urbanos realizados pelo Poder Público e pelas<br />
empresas privadas, [...] e também um extraordinário crescimento demográfico. Estes<br />
fatores terão importantes impactos sobre a produção de moradias, criando as bases<br />
para a mercantilização da moradia e do solo. [...] Entre os anos de 1870 e 1890, o<br />
número de logradouros existentes <strong>na</strong> <strong>cidade</strong> é quase multiplicado por quatro, o que<br />
expressa uma forte expansão da malha urba<strong>na</strong> (RIBEIRO, 1997, p.165-166).<br />
Esta expansão pode ser vista como resultado do aumento da população, que cresceu<br />
90% neste período, segundo dados do autor. A malha urba<strong>na</strong> começa a se expandir, e em<br />
termos populacio<strong>na</strong>is, o crescimento será maior <strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s da <strong>cidade</strong> que se distanciam do seu<br />
centro histórico. Como já apontado foi em direção à zo<strong>na</strong> norte e aos subúrbios servidos pela<br />
182 MAGALHÃES, 2001, p.741.