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rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ

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21<br />

de Janeiro, antes e após a ação planejada do Estado. Neste sentido procura-se no possível<br />

considerar os atores políticos e econômicos envolvidos, seus discursos e estratégias<br />

locacio<strong>na</strong>is, assim como as influências destes <strong>na</strong>s representações sobre o “centro” no<br />

imaginário simbólico.<br />

Realizam-se aqui uma reconstituição histórica e uma análise quanto à redefinição da<br />

<strong>centralidade</strong> de acordo com as formas de articulação <strong>na</strong> estrutura urba<strong>na</strong> e apropriação pelos<br />

grupos sociais domi<strong>na</strong>ntes 12 , a saber: as mudanças e permanências (em termos físico,<br />

funcio<strong>na</strong>l e simbólico) que caracterizaram a antiga <strong>centralidade</strong> até a década de 1950, e as<br />

transformações <strong>na</strong> mesma a partir da década de 1960.<br />

Desta forma, constata-se um movimento de descentralização e perda da importância<br />

relativa do centro <strong>na</strong> escala intra-urba<strong>na</strong> e regio<strong>na</strong>l/<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l devido: ao processo de<br />

metropolização; ao deslocamento da capital e do poder político para Brasília, em 1960; à crise<br />

urba<strong>na</strong>, econômica e fiscal da década de 1980; à dinâmica do capitalismo em âmbito mundial,<br />

com a fi<strong>na</strong>nceirização e terciarização da economia (que transforma São Paulo em capital<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e “<strong>cidade</strong> mundial”).<br />

Paulati<strong>na</strong>mente, constata-se a afirmação de novas <strong>centralidade</strong>s com o surgimento dos<br />

subcentros a partir da década de 1920/30 (Copacaba<strong>na</strong>, Botafogo, Méier, Tijuca, Barra da<br />

Tijuca, entre outros). Neste sentido indaga-se sobre a perda da capa<strong>cidade</strong> de atração de<br />

fluxos e de hierarquização do território por parte do Centro Principal em relação às outras<br />

<strong>centralidade</strong>s.<br />

No entanto, surge outro movimento; ele é denomi<strong>na</strong>do por alguns autores como a<br />

“volta ao centro”. Tendo em vista a recente implementação de políticas públicas de<br />

“revitalização” ou “requalificação” urba<strong>na</strong>s como forma de retomada dos centros ditos<br />

“degradados”, alguns eixos de análise afiguram-se relevantes. Assi<strong>na</strong>la-se ainda o<br />

questio<strong>na</strong>mento sobre a real <strong>na</strong>tureza da recentralização, levando-se em consideração os<br />

atores que rearticulam a mesma; os novos investimentos em cultura, fi<strong>na</strong>nceiro e gestão de<br />

negócios; e o papel da cultura <strong>na</strong> reconfiguração recente de áreas centrais.<br />

No Capítulo 3, intitulado “Ideologia e Planejamento: discursos e práticas em disputa<br />

<strong>na</strong> Área Central do Rio de Janeiro”, apresenta-se um estudo empírico a partir do exame sobre<br />

as estratégias de atuação das universidades particulares <strong>na</strong> área central do Rio de Janeiro,<br />

relacio<strong>na</strong>ndo-as à reconfiguração do Estado e à valorização da esfera econômica no âmbito<br />

das políticas públicas, causando mudanças <strong>na</strong> sociedade brasileira. Neste sentido, a partir da<br />

12 Neste sentido trazemos as contribuições metodológicas de Frúgoli Júnior (2006).

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