rachel freire barrón torrez centralidade na cidade ... - Ippur - UFRJ
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a despeito desse quadro, estudos e dados recentes demonstram a permanência de uma dinâmica<br />
que ainda confere vitalidade à área central (SILVEIRA, op.cit., p.72-3).<br />
A urbanização da Baixada de Jacarepaguá por empresários do setor imobiliário se<br />
pautou, num primeiro momento, no “marketing” dos condomínios fechados sob o “conceito<br />
de moradia associada ao lazer e serviços (...), “criado” para acontecer <strong>na</strong> Barra e gerar, uma<br />
outra vez, um novo bairro” 251 .<br />
Nos anos oitenta, a vida começou a surgir fora dos condomínios, fomentada e<br />
promovida por atividades comerciais, serviços e lazer, bem como pela expansão das<br />
frentes de investimento imobiliário em unidades de menor porte. Logo ao início da<br />
década, em 1981, foi i<strong>na</strong>ugurado o BarraShopping, um empreendimento comercial<br />
que nunca mais parou de crescer. Em 1984 foi aberto o Casashopping, <strong>na</strong> avenida<br />
Airton Se<strong>na</strong>, um centro comercial temático desti<strong>na</strong>do ao atendimento da constante<br />
procura por materiais e serviços inerentes à construção e à decoração (RABHA,<br />
op.cit., p.216).<br />
Segundo Rabha, <strong>na</strong> década de 1990 houve a expansão dos complexos comerciais e de<br />
serviços <strong>na</strong> Barra, como o Downtown e Cittá América, além de hotéis-residência e<br />
convencio<strong>na</strong>is.<br />
vantagens locacio<strong>na</strong>is garantidas pela qualidade ambiental, pela melhoria da<br />
infraestrutura, maior acessibilidade, disponibilidade das telecomunicações entre<br />
outros fatores, acabaram por orientar um significativo movimento das grandes<br />
empresas <strong>na</strong> direção da Barra, deixando para trás instalações <strong>na</strong> área central ou em<br />
outros bairros da <strong>cidade</strong> (RABHA, loc.cit.).<br />
Durante as décadas de 1970 a 1990, o urbanismo modernista “isolou” o centro da<br />
<strong>cidade</strong> das outras funções, além da comercial, e contribuiu para sua imagem de decadência.<br />
2.2.2. A renovação urba<strong>na</strong> e a “volta ao centro”<br />
A volta ao centro pode ser compreendida como uma nova urbanização, entendida<br />
como readaptação da <strong>cidade</strong> tradicio<strong>na</strong>l, implicando movimentos de centralização de<br />
algumas atividades, incluindo a moradia. Na base deste processo, estariam os setores<br />
de serviços, beneficiados por oportunidades e descobertas, que vão desde o<br />
aproveitamento dos espaços intersticiais vazios ou obsoletos <strong>na</strong>s áreas centrais,<br />
como antigos portos, ferrovias, instalações industriais etc., ao surgimento de<br />
atividades inovadoras, como eventos ou programas diferenciados (Ibid., p.17).<br />
O processo de renovação urba<strong>na</strong> nos espaços centrais é pesquisada de forma mais<br />
aprofundada pelos estudiosos do urbano a partir da escola de ecologia huma<strong>na</strong> – embrionária<br />
251 RABHA. 2006, p.210.