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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Observe-se que o atual art. 126 <strong>do</strong> CPC (non liquet) é reescrito com<br />

o níti<strong>do</strong> propósito <strong>de</strong> “atualizá-lo” meto<strong>do</strong>logicamente, apesar <strong>de</strong> alguns<br />

<strong>de</strong>sacertos re<strong>da</strong>cionais, como, por exemplo, a afirmação <strong>de</strong> que princípio<br />

é fonte <strong>de</strong> integração <strong>de</strong> lacuna (princípio é uma norma); o art. 108 <strong>do</strong><br />

NCPC afirma que “o juiz não se exime <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir alegan<strong>do</strong> lacuna ou obscuri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> lei, caben<strong>do</strong>-lhe, no julgamento <strong>da</strong> li<strong>de</strong>, aplicar os princípios<br />

constitucionais e as normas legais; não as haven<strong>do</strong>, recorrerá à analogia,<br />

aos costumes e aos princípios gerais <strong>de</strong> direito” 62 .<br />

5.1. Algumas notas positivas sobre a consagração <strong>do</strong>s princípios<br />

O anteprojeto consagra, explicitamente, alguns princípios constitucionais<br />

processuais, como o <strong>da</strong> inafastabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> tutela jurisdicional (art.<br />

3º), a razoável duração <strong>do</strong> processo (art. 4º e 8º), princípio <strong>do</strong> contraditório<br />

e seus <strong>de</strong>correntes, como o <strong>da</strong> cooperação e o <strong>da</strong> participação (art. 5º,<br />

8º, 9º e 10º) e <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> (art. 11).<br />

Consagra, ain<strong>da</strong>, uma cláusula geral em que o magistra<strong>do</strong>, ao aplicar<br />

a lei, aten<strong>de</strong>rá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências <strong>do</strong><br />

bem comum, observan<strong>do</strong> sempre os princípios <strong>da</strong> digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa<br />

humana, <strong>da</strong> razoabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> impessoali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> morali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

<strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> eficiência (art. 6º). Nesse ponto, o projeto, para o<br />

estudioso <strong>do</strong> direito, é literalmente truísta, mas, como dito, ain<strong>da</strong> temos<br />

muito para evoluir; talvez tal re<strong>da</strong>ção atinja o incauto, que ain<strong>da</strong> não se<br />

familiarizou com o neoprocessualismo ou com o formalismo valorativo.<br />

Observe-se que o projeto consagra a técnica <strong>da</strong> tutela jurisdicional<br />

a partir <strong>de</strong> cláusulas gerais, como “prazo razoável” (art. 4º), “fins sociais<br />

a que ela se dirige e às exigências <strong>do</strong> bem comum” (art. 6º), “leal<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

boa-fé” (art. 66, II), “medi<strong>da</strong>s que consi<strong>de</strong>rar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s” (art. 278), “lesão<br />

grave” e “risco <strong>de</strong> lesão grave e <strong>de</strong> difícil reparação (art. 278 e 283)”.<br />

Assegura-se, ain<strong>da</strong>, a isonomia material (art. 7º) <strong>da</strong>s partes no tratamento<br />

em relação ao exercício <strong>de</strong> direitos e facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s processuais, aos<br />

meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, aos ônus, aos <strong>de</strong>veres e à aplicação <strong>de</strong> sanções processuais,<br />

competin<strong>do</strong> ao juiz velar pelo efetivo contraditório em casos <strong>de</strong> hipossuficiência<br />

técnica.<br />

O tratamento igual <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s perante o or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong>termina a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um processo civil cooperativo, uma distribuição dinâmica<br />

62 DIDIER Jr., Fredie. "A teoria <strong>do</strong>s princípios e o projeto <strong>de</strong> Novo CPC", In DIDIER Jr., Fredie. MOUTA ARAÚJO, José<br />

Henrique. KLIPPEL, Rodrigo. O projeto <strong>do</strong> Novo Código <strong>de</strong> Processo Civil. Estu<strong>do</strong>s em homenagem ao Prof. José <strong>de</strong><br />

Albuquerque Rocha. Ed. JusPodium, 2011, p. 146.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 74-107, out.-<strong>de</strong>z. 2011 103

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