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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Separação judicial. Um instituto<br />

jurídico <strong>de</strong>rroga<strong>do</strong>?<br />

Lidia Cal<strong>de</strong>ira Lustosa Cabral<br />

Mestre em Sociologia e Direito pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral Fluminense. Professora <strong>de</strong> Direito Civil <strong>da</strong><br />

UNISUAM<br />

1. Introdução<br />

O presente artigo trata <strong>do</strong> interesse <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>utrina e<br />

pela jurisprudência acerca <strong>da</strong> vigência <strong>da</strong> separação judicial no or<strong>de</strong>namento<br />

civil brasileiro após a emen<strong>da</strong> 66 <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong><br />

Brasil, que eliminou a parte final <strong>do</strong> coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> parágrafo 6º <strong>do</strong> artigo<br />

226, retiran<strong>do</strong> os pressupostos temporais, seja a partir <strong>de</strong> um ano <strong>da</strong><br />

separação judicial, seja pelo <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> prazo <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos <strong>da</strong> separação<br />

<strong>de</strong> fato. A re<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> art. 226 <strong>do</strong> texto magno passou a dispor: “O casamento<br />

civil po<strong>de</strong> ser dissolvi<strong>do</strong> pelo divórcio”. grifo nosso.<br />

A reflexão que propomos realizar tem por escopo estabelecer a<br />

<strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> permanência <strong>da</strong> separação judicial no or<strong>de</strong>namento jurídico,<br />

enquanto nova lei não venha extingui-la, o que encerraria por <strong>de</strong>finitivo a<br />

cisão <strong>do</strong>utrinária e jurispru<strong>de</strong>ncial.<br />

2. Da separação judicial<br />

Durante a vigência <strong>do</strong> Código Civil <strong>de</strong> 1916 o casamento era a única<br />

forma <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> família.<br />

A comunhão <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>veria <strong>da</strong>r-se “até que a morte os separe.”<br />

Ampara<strong>do</strong> na <strong>do</strong>utrina cristã <strong>da</strong> Igreja Católica, vigia o sacramento<br />

<strong>do</strong> casamento, segun<strong>do</strong> o qual “o que Deus uniu, o homem não separe.”<br />

Contu<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> certo que os <strong>de</strong>veres <strong>do</strong> casamento eram, por<br />

vezes, <strong>de</strong>scumpri<strong>do</strong>s, o instituto <strong>da</strong> separação judicial se impunha, com a<br />

<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> <strong>de</strong>squite.<br />

As uniões extrapatrimoniais não tinham status jurídico <strong>de</strong> família, e<br />

se submetiam à vara cível, em caso <strong>de</strong> dissolução, não geran<strong>do</strong> os efeitos<br />

protetivos como, por exemplo, obrigações alimentícias após a dissolução<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 119-124, out.-<strong>de</strong>z. 2011 119

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