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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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último, a filosofia e a crítica <strong>da</strong> política. Enfim, busca-se um aporte teórico<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia, em senti<strong>do</strong> substancial, que só se realiza com respeito aos<br />

direitos fun<strong>da</strong>mentais, influencian<strong>do</strong> na construção <strong>do</strong> neoprocessualismo.<br />

Por exemplo, a inversão <strong>do</strong> ônus <strong>da</strong> prova, bem como <strong>da</strong> teoria dinâmica<br />

<strong>do</strong> ônus <strong>da</strong> prova, são bons exemplos <strong>de</strong> técnicas processuais para<br />

uma melhor tutela jurisdicional. To<strong>da</strong>via, a <strong>de</strong>cisões que invertem o ônus<br />

<strong>da</strong> prova na sentença ferem a garantia <strong>do</strong> contraditório, inviabilizan<strong>do</strong> a<br />

ampla <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r em juízo.<br />

Também inviabilizam a ampla <strong>de</strong>fesa, <strong>de</strong>cisões que condicionam<br />

sempre a antecipação <strong>de</strong> tutela à prévia realização <strong>da</strong> garantia <strong>do</strong> contraditório,<br />

ignoran<strong>do</strong> a urgência <strong>do</strong> pedi<strong>do</strong>; bem como aquelas que tornam<br />

impossível a aplicação <strong>de</strong> presunções probatórias, exigin<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma rígi<strong>da</strong>,<br />

que o <strong>de</strong>man<strong>da</strong>nte se <strong>de</strong>sincumba <strong>da</strong> prova <strong>de</strong> um fato, cuja <strong>de</strong>monstração<br />

seria facilmente realiza<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>man<strong>da</strong><strong>do</strong>, o que contraria a<br />

mo<strong>de</strong>rna teoria <strong>do</strong> ônus dinâmico <strong>da</strong> prova.<br />

Portanto, a justa medi<strong>da</strong> entre as tendências instrumentalista e<br />

garantista que, como acima observa<strong>do</strong>, complementam-se, pela a<strong>do</strong>ção<br />

<strong>do</strong> princípio <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, permitirá que os conflitos <strong>de</strong> direitos<br />

fun<strong>da</strong>mentais sejam resolvi<strong>do</strong>s, à luz <strong>do</strong> caso concreto, sem posturas inflexíveis<br />

que negariam tanto o neoconstitucionalismo quan<strong>do</strong> o neoprocessualismo<br />

41 .<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o neoconstitucionalismo e o neoprocessualismo servem<br />

<strong>de</strong> suporte crítico para a construção não somente <strong>de</strong> “novas” teorias<br />

e práticas, mas, sobretu<strong>do</strong> para a construção <strong>de</strong> técnicas que tornem mais<br />

efetivas, rápi<strong>da</strong>s e a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s a prestação jurisdicional.<br />

4.1. Instrumentali<strong>da</strong><strong>de</strong> e formalismo valorativo<br />

Com o reconhecimento <strong>da</strong> autonomia <strong>da</strong> ciência processual, a partir,<br />

principalmente, <strong>da</strong> obra <strong>de</strong> Büllow, iniciou-se um movimento <strong>de</strong> radical<br />

autonomia em relação ao direito material. O escopo <strong>do</strong> processo foi<br />

re<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, relacionan<strong>do</strong>-se com a atuação <strong>do</strong> direito e na realização <strong>da</strong><br />

justiça ou com a justa composição <strong>da</strong> li<strong>de</strong>.<br />

Liebman fun<strong>do</strong>u a Escola Paulista <strong>de</strong> Processo, contan<strong>do</strong> com ilustres<br />

discípulos como Alfre<strong>do</strong> Buzaid, Moacir Amaral Santos, José Fre<strong>de</strong>rico<br />

Marques (1ª fase <strong>da</strong> escola)e também com Dinamarco e A<strong>da</strong> Pelegrini<br />

41 CAMBI, Eduar<strong>do</strong>. Neoconstitucionalismo e neoprocessualismo. Panóptica, Vitória, ano 1, n. 6, fev. 2007, p. 1-44.<br />

Disponível em: , p. 42.<br />

92<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 74-107, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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