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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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em favor <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, ocasião em que se po<strong>de</strong>ria discutir que há interesse<br />

em favor <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r que ain<strong>da</strong> não dispõe <strong>de</strong> nenhuma garantia.<br />

É nesse contexto que impõe-se então relembrar que, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

princípio <strong>da</strong> menor onerosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, há que se equilibrar a balança executiva<br />

com o princípio <strong>da</strong> efetiva satisfação <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r.<br />

Gize-se que “...Da cláusula geral <strong>do</strong> ‘<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> processo legal’ po<strong>de</strong>m<br />

ser extraí<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os princípio que regem o direito processual. É <strong>de</strong>la, por<br />

exemplo, que se extrai o princípio <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>: os direitos <strong>de</strong>vem ser,<br />

além <strong>de</strong> reconheci<strong>do</strong>s, efetiva<strong>do</strong>s. Processo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> é processo efetivo. O<br />

princípio <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> garante o direito fun<strong>da</strong>mental à tutela executiva,<br />

que consiste ‘na exigência <strong>de</strong> um sistema completo <strong>de</strong> tutela executiva, no<br />

qual existam meios executivos capazes <strong>de</strong> proporcionar pronta e integral<br />

satisfação a qualquer direito merece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> tutela executiva” 7 .<br />

Logo, a efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> reclama a garantia judicial concreta, ou seja,<br />

a constrição <strong>da</strong> penhora. Como essa ain<strong>da</strong> não existe na fase inicial <strong>da</strong><br />

execução extrajudicial é louvável a inovação legislativa <strong>do</strong> parcelamento<br />

compulsório, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja a renúncia ao direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

Mas, na execução judicial, a <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> executa<strong>do</strong> na fase <strong>de</strong> cumprimento<br />

<strong>de</strong> sentença necessita <strong>de</strong> garantia judicial justamente para não<br />

permitir que o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r continue a postergar o pagamento e violar o direito<br />

fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> tutela executiva.<br />

Portanto, torna-se <strong>de</strong>snecessária e viola<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> direito fun<strong>da</strong>mental<br />

<strong>da</strong> efetiva execução a norma <strong>do</strong> parcelamento judicial compulsório na<br />

fase <strong>de</strong> cumprimento <strong>da</strong> sentença, quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r já usou <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa na fase cognitiva e, já estan<strong>do</strong> em fase executória, dispõe<br />

o cre<strong>do</strong>r <strong>de</strong> garantia judicial que possa garantir-lhe o direito ao recebimento<br />

<strong>do</strong> que lhe é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>.<br />

Obviamente que po<strong>de</strong>rá haver o parcelamento <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong>, se assim<br />

concor<strong>da</strong>r o cre<strong>do</strong>r. Mas essa hipótese em na<strong>da</strong> se amol<strong>da</strong> aos ditames<br />

<strong>do</strong> tema que ora se analisa, pois esse será o caso <strong>de</strong> processo fin<strong>do</strong> ou<br />

suspenso, por conciliação ou transação, cuja consensuali<strong>da</strong><strong>de</strong> é elemento<br />

essencial, e não por imposição legal, o que difere <strong>do</strong> art. 745-A <strong>do</strong> CPC,<br />

que é uma norma <strong>de</strong> direito potestativo <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, prescindin<strong>do</strong>, portanto<br />

<strong>da</strong> aquiescência <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r.<br />

7 DIDIER Jr, Fredie et all. Ob. cit. p. 47.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 206-214, out.-<strong>de</strong>z. 2011 213

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