Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...
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tureza sejam leoninos, como afirma<strong>do</strong> por JOSIANE OSÓRIO, praticamente<br />
preven<strong>do</strong> somente vantagens para a opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> cartões <strong>de</strong> crédito<br />
e riscos para o comerciante e, por isso, o correto, no meu enten<strong>de</strong>r, seria<br />
o compartilhamento <strong>de</strong> riscos entre esses <strong>do</strong>is sujeitos. Contu<strong>do</strong>, dificilmente<br />
isso ocorrerá. Dificilmente as opera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cartão <strong>de</strong> crédito passarão<br />
a assumir um risco que as tirará <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> conforto em que se encontram,<br />
a não ser que haja uma <strong>de</strong>ban<strong>da</strong><strong>da</strong> por parte <strong>do</strong>s comerciantes,<br />
<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar essa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento, o que, talvez, faria<br />
com que as opera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> cartão repensassem seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> compartilhamento<br />
<strong>de</strong> riscos.<br />
Contu<strong>do</strong>, tal atitu<strong>de</strong> por parte <strong>do</strong>s comerciantes po<strong>de</strong> significar o<br />
insucesso <strong>do</strong> empreendimento, já que o volume <strong>de</strong> contratações por meio<br />
<strong>de</strong> cartão <strong>de</strong> crédito é bastante gran<strong>de</strong>. O mais interessante é que, <strong>da</strong><br />
mesma forma, igual insucesso po<strong>de</strong>rá experimentar, já que o volume <strong>de</strong><br />
frau<strong>de</strong>s também é consi<strong>de</strong>rável, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> levar ao fechamento <strong>do</strong> negócio.<br />
É, portanto, uma “faca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is gumes” para o comerciante.<br />
Concluin<strong>do</strong>, possíveis soluções para a diminuição <strong>do</strong> chargeback<br />
são aponta<strong>da</strong>s por especialistas em e-commerce. Uma <strong>de</strong>las seria o uso<br />
<strong>de</strong> intermediários <strong>de</strong> pagamento como os conheci<strong>do</strong>s Pagseguro (UOL),<br />
Pagamento Digital e Merca<strong>do</strong>pago (Merca<strong>do</strong> Livre), pois, nesse caso, a<br />
ven<strong>da</strong> seria garanti<strong>da</strong>. O problema é que essa medi<strong>da</strong> importa em aumento<br />
<strong>de</strong> custos, o que, certamente, será repassa<strong>do</strong> ao consumi<strong>do</strong>r pelo<br />
comerciante. Outra alternativa seria a contratação <strong>de</strong> uma empresa especializa<strong>da</strong><br />
em análise <strong>de</strong> risco, atitu<strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> por gran<strong>de</strong>s empresas atualmente<br />
(http://www.lojavirtualy.com/seguranca/o-que-e-chargeback-ecomo-evitar-o-chargeback).<br />
Certamente, o tema não se esgota aqui. É um assunto novo, atual,<br />
complexo e instigante. Como afirma<strong>do</strong> pelo professor PABLO STOLZE no<br />
editorial cita<strong>do</strong> neste texto, “ain<strong>da</strong> não temos respostas consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s na<br />
jurisprudência. Mas o tema, em respeito aos próprios empresários e aos<br />
consumi<strong>do</strong>res, merece ser trazi<strong>do</strong> à luz <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates acadêmicos”.<br />
244<br />
R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 235-244, out.-<strong>de</strong>z. 2011