Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...
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(c) in either case suspend his own performance or proceed in<br />
accor<strong>da</strong>nce with the provisions of this Article on the seller’s<br />
right to i<strong>de</strong>ntify goods to the contract notwithstanding breach<br />
or to salvage unfinished goods (Section 2-704).” 26 (grifou-se)<br />
Em comentário ao referi<strong>do</strong> dispositivo, BRADFORD STONE 27 explica<br />
que a “anticipatory repudiation” po<strong>de</strong> ser vista (i) como uma comunicação<br />
expressa <strong>de</strong> intenções <strong>da</strong> parte, ou (ii) como um conjunto <strong>de</strong> ações que<br />
tornam o <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong> obrigação impossível, acarretan<strong>do</strong> uma evi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong>terminação em não <strong>da</strong>r seguimento à obrigação. Segun<strong>do</strong> o autor,<br />
na segun<strong>da</strong> hipótese, é preciso valorar se as atitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r “prejudicam<br />
<strong>de</strong> maneira substancial” o valor <strong>do</strong> contrato, acarretan<strong>do</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira<br />
injustiça para a outra parte.<br />
A partir <strong>de</strong>ssa regra, restou consagra<strong>da</strong> não apenas a noção <strong>de</strong> que<br />
a recusa expressa configuraria o inadimplemento, mas também a <strong>de</strong> que<br />
o comportamento <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r, a partir <strong>da</strong> assinatura <strong>do</strong> contrato, po<strong>de</strong>ria<br />
caracterizar o inadimplemento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que comprova<strong>do</strong> que suas ações<br />
teriam gera<strong>do</strong> a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprimento <strong>da</strong> obrigação.<br />
2.5 A Convenção <strong>de</strong> Viena sobre Compra e Ven<strong>da</strong> Internacional<br />
Por fim, em 1980, com a ratificação <strong>da</strong> Convenção <strong>de</strong> Viena sobre<br />
Compra e Ven<strong>da</strong> Internacional, o instituto <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong><br />
começou a penetrar em outros países <strong>do</strong> sistema <strong>da</strong> Civil Law, tais como<br />
a França e a Argentina, signatários <strong>da</strong> Convenção. Com efeito, o referi<strong>do</strong><br />
pacto internacional passou a prever em seu art. 72 que:<br />
“(1) Se, antes <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> cumprimento, for manifesto que<br />
uma parte cometerá uma violação fun<strong>da</strong>mental <strong>do</strong> contrato,<br />
a outra parte po<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar a resolução <strong>de</strong>ste.<br />
(2) Se dispuser <strong>do</strong> tempo necessário, a parte que preten<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong>clarar a resolução <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong>ve notificar a outra parte,<br />
em condições razoáveis, para permitir a esta <strong>da</strong>r garantias<br />
suficientes <strong>da</strong> boa execução <strong>da</strong>s suas obrigações.<br />
26 Acessa<strong>do</strong> em 30/11/2010 às 14:05.<br />
27 Uniform Commercial Co<strong>de</strong> in a Nutshell, 2ª ed., West Publishing Co., Minnesota, 1984, p. 84.<br />
152<br />
R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 145-172, out.-<strong>de</strong>z. 2011