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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Bem por isso, <strong>de</strong> mais a mais, nossos Tribunais vêm sinalizan<strong>do</strong> com<br />

máxima efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e eficiência a busca pela consagração <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r, muito até nas relações contratuais “em massa” a que hodiernamente<br />

se submetem, sen<strong>do</strong> oportuno alongar o caráter <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>são <strong>da</strong> avença, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> impossibilita<strong>do</strong> está o consumi<strong>do</strong>r em discutir<br />

as cláusulas postas a exame.<br />

Sob este vértice, também se mostra <strong>de</strong> bom alvitre o dirigismo ou<br />

<strong>de</strong>limitação contratual havi<strong>da</strong>, intervin<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> na manutenção <strong>da</strong><br />

or<strong>de</strong>m, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> o individualismo ante prevalente, her<strong>da</strong><strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, <strong>do</strong><br />

Código Civil Napoleônico, ce<strong>de</strong> espaço ao socialismo humanístico, levan<strong>do</strong><br />

consigo à morte <strong>da</strong> teoria contratual burguesa, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a liber<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

jurídica após a Revolução Francesa ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> na célebre explanação <strong>de</strong><br />

Lacor<strong>da</strong>ire, segun<strong>do</strong> o qual “entre o forte e o fraco é a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

escraviza e a lei que liberta”.<br />

Cumpre ressaltar, assim, que a autonomia negocial passou a ter<br />

uma nova concepção, diversa <strong>da</strong>quela enraiza<strong>da</strong> no liberalismo econômico,<br />

em que prevalecia a aplicação plena <strong>do</strong> “pacta sunt servan<strong>da</strong>”. Hoje,<br />

procura-se consoli<strong>da</strong>r uma concepção social, que, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> contínuo,<br />

busque amenizar o <strong>de</strong>scompasso estabeleci<strong>do</strong> em tempos anteriores.<br />

Destarte, a autonomia negocial é exerci<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> parâmetros<br />

<strong>de</strong> sociali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> Direito, fixa<strong>do</strong>s, hoje, em normas positiva<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> forma<br />

a se estabelecerem as “condições gerais”, que procuram afastar as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

prevalecentes nos contratos e que, obviamente, a<strong>da</strong>ptam tais<br />

contratos à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social existente. Busca-se, <strong>de</strong>ssa maneira, restabelecer<br />

um tratamento igualitário na interpretação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> contrato,<br />

em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> supremacia socioeconômica <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s contratantes em<br />

<strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> outro.<br />

Conclusivamente, está a se aplicar o que Luigi Ferri <strong>de</strong>fine <strong>de</strong><br />

Direito Preceptivo, vale dizer, o direito subjetivo somente tem eficácia se<br />

estiver em plena consonância com o direito objetivo, em casos que tais,<br />

a consagra<strong>da</strong> legislação consumerista.<br />

56<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 32-56, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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