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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Em específico, a proteção <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r é hoje vista como norma<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pública, o que significa <strong>de</strong>terminar que qualquer cláusula ou<br />

norma que eventualmente contravenha, afaste ou aniquile o direito <strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r será reputa<strong>da</strong> nula <strong>de</strong> pleno direito, não surtin<strong>do</strong> os espera<strong>do</strong>s<br />

efeitos que recomen<strong>da</strong>ram sua edição.<br />

Inegavelmente, a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> teleológica consumerista é exatamente o<br />

suprimento e incondicional garantia ao consumi<strong>do</strong>r, compreendi<strong>do</strong> como<br />

<strong>de</strong>stinatário final <strong>do</strong> produto ou serviço disponibiliza<strong>do</strong>.<br />

A par <strong>do</strong> exposto, pautaremos em apresentar, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> singelo e <strong>de</strong><br />

forma sintética, as principais circunstâncias legais regi<strong>da</strong>s pela lei 8.078/90<br />

atinentes à proteção contratual <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

2. Princípios Imanentes<br />

2.1. Princípio <strong>da</strong> Conservação <strong>do</strong> Contrato (art. 6, V e 51 § 2)<br />

Deste princípio emerge a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão <strong>da</strong>s cláusulas<br />

contratuais ante a ocorrência <strong>de</strong> fatos supervenientes que as tornem<br />

excessivamente onerosas, bem assim a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> modificação <strong>da</strong>s<br />

cláusulas contratuais que estabeleçam prestações excessivamente <strong>de</strong>sproporcionais,<br />

observan<strong>do</strong>-se o caráter teleológico <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> consumo.<br />

Neste ínterim, em favor <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, há certa mitigação ao princípio<br />

<strong>do</strong> “pacta sunt servan<strong>da</strong>”, sobretu<strong>do</strong> em regra por se materializarem<br />

os contratos em a<strong>de</strong>são.<br />

Registre-se que a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão e modificação <strong>da</strong>s cláusulas<br />

contratuais, encontra arrimo na vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> a que se expõe o<br />

consumi<strong>do</strong>r, na boa-fé e equilíbrio que <strong>de</strong>vem reger a relação, e principalmente<br />

na incessante busca pela isonomia contratual entre as partes.<br />

2.2. Princípio <strong>da</strong> Boa-Fé (art. 4, III)<br />

Embora inicialmente prevista no capítulo “<strong>da</strong> política nacional <strong>de</strong><br />

relações <strong>de</strong> consumo” e em seção “<strong>da</strong>s cláusulas abusivas”, há que compreen<strong>de</strong>r<br />

a boa-fé como cláusula geral contratual, sen<strong>do</strong> presente na relação<br />

<strong>de</strong> consumo a boa-fé objetiva, como um stan<strong>da</strong>rd, que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> comprovação<br />

<strong>de</strong> má-fé subjetiva <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r ou mesmo <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

Conforme outrora assinala<strong>do</strong>, as partes contratantes <strong>de</strong>vem pautar<br />

com probi<strong>da</strong><strong>de</strong> e leal<strong>da</strong><strong>de</strong> suas condutas, como <strong>de</strong>ver inerente à honesti<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

buscan<strong>do</strong> conferir equilíbrio nas posições contratuais.<br />

34<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 32-56, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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