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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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4. CONCLUSÃO<br />

ar-se em seu próprio juízo para <strong>de</strong>terminar que princípios <strong>de</strong><br />

morali<strong>da</strong><strong>de</strong> são estes, mas essa forma <strong>de</strong> apoio é a segun<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong>quelas que distinguimos, uma forma que é inevitável em<br />

qualquer nível. 38<br />

O positivismo jurídico procurou carrear ao Direito máxima objetivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

científica, equipan<strong>do</strong>-o à Lei e promoven<strong>do</strong> o seu afastamento<br />

<strong>da</strong> filosofia e <strong>de</strong> novas reflexões, ten<strong>do</strong> exerci<strong>do</strong> forte influência sobre o<br />

pensamento jurídico <strong>da</strong> primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX, principalmente a<br />

partir <strong>da</strong> edição <strong>da</strong> teoria pura <strong>do</strong> direito <strong>de</strong> Hans Kelsen e <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong><br />

Direito <strong>de</strong> Herbert Hart.<br />

Ambos os pensa<strong>do</strong>res conferiam ao magistra<strong>do</strong> ampla margem <strong>de</strong><br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>cidir os casos concretos: pela perspectiva kelseniana, a<br />

vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão judicial <strong>de</strong>corre apenas <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> proferi<strong>da</strong><br />

por quem <strong>de</strong>tinha competência segun<strong>do</strong> o or<strong>de</strong>namento jurídico<br />

e correspon<strong>de</strong> a um ato político <strong>do</strong> juiz, alheio ao campo científico <strong>do</strong><br />

Direito e pertencente ao mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> prática jurídica; pelo ângulo <strong>da</strong> teoria<br />

analítica hartiana, o or<strong>de</strong>namento jurídico é lacunoso, e os juízes dispõem<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r para criar o Direito, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser reconheci<strong>do</strong> o caráter criativo e<br />

construtivo <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> jurisdicional ante os chama<strong>do</strong>s “casos difíceis”, e<br />

repudia<strong>da</strong> a tese <strong>da</strong> função meramente <strong>de</strong>clarativa <strong>da</strong> jurisdição.<br />

O ocaso <strong>do</strong> positivismo jurídico é associa<strong>do</strong> à <strong>de</strong>rrota <strong>do</strong>s regimes<br />

autoritários (fascismo e nazismo), bem como às <strong>de</strong>sumani<strong>da</strong><strong>de</strong>s pratica<strong>da</strong>s<br />

na 2 a Guerra Mundial sob o amparo <strong>da</strong> legali<strong>da</strong><strong>de</strong> formal. Após esse<br />

momento histórico, as reflexões sobre etici<strong>da</strong><strong>de</strong> e a incidência <strong>do</strong>s valores<br />

e princípios passam a ocupar com maior ênfase o pensamento jurídico,<br />

abrin<strong>do</strong>-se espaço para novas reflexões no campo <strong>do</strong> Direito, em que se<br />

incluem a atribuição <strong>de</strong> normativi<strong>da</strong><strong>de</strong> aos princípios e a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sua<br />

relação com os valores e regras.<br />

Ain<strong>da</strong> que não possua gran<strong>de</strong> valor científico, ten<strong>do</strong> em vista seu<br />

alto grau <strong>de</strong> generali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a expressão “pós-positivismo” ou “neopositivismo”<br />

preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>signar os mo<strong>de</strong>los que representam uma ruptura com<br />

o positivismo jurídico, principalmente no que se refere à rígi<strong>da</strong> separação<br />

entre o Direito e a Moral e a Política.<br />

38 Ibi<strong>de</strong>m, p. 196-197.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 125-144, out.-<strong>de</strong>z. 2011 143

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