26.11.2014 Views

Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>de</strong>siste <strong>de</strong> uma contratação, obten<strong>do</strong> a <strong>de</strong>volução <strong>do</strong> valor efetivamente<br />

pago ao fornece<strong>do</strong>r, monetariamente corrigi<strong>do</strong>. Entretanto, como restará<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>, essas situações não se confun<strong>de</strong>m, e guar<strong>da</strong>m diferenças<br />

sensíveis.<br />

De comum, o chargeback e o direito <strong>de</strong> arrependimento só possuem<br />

uma característica: a <strong>de</strong>volução, ao consumi<strong>do</strong>r, <strong>de</strong> valores por ele<br />

<strong>de</strong>spendi<strong>do</strong>s. A semelhança para por aí.<br />

Como po<strong>de</strong>mos perceber pelo conceito <strong>de</strong>scrito linhas acima, o<br />

chargeback não se confun<strong>de</strong> com o direito <strong>de</strong> arrependimento previsto<br />

no art. 49 <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r, pois, nesse caso, não está<br />

o consumi<strong>do</strong>r obriga<strong>do</strong> a <strong>de</strong>clinar o motivo <strong>do</strong> cancelamento <strong>do</strong> negócio,<br />

ao passo que, no chargeback, existe uma causa (ou causas) específica que<br />

o legitima.<br />

Em outras palavras, para que haja o chargeback, é necessária a<br />

ocorrência <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s causas anteriormente menciona<strong>da</strong>s, a saber:<br />

1) o não reconhecimento, por parte <strong>do</strong> titular <strong>do</strong> cartão, <strong>da</strong><br />

compra que gerou o débito lança<strong>do</strong> na respectiva fatura;<br />

2) o <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> normas afetas ao contrato firma<strong>do</strong><br />

entre o fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> produtos ou serviços e a administra<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong> cartões, fato que autoriza esta a não creditar valores<br />

na conta <strong>da</strong>quele.<br />

Resumin<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se dizer que o chargeback exige relevante motivo<br />

<strong>de</strong> direito para que seja legítimo, pois, <strong>do</strong> contrário, po<strong>de</strong>rá resultar em<br />

abuso <strong>de</strong> direito por parte <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r ou <strong>da</strong> própria administra<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong> cartões <strong>de</strong> crédito. Em suma, é pressuposto para o chargeback a ocorrência<br />

<strong>de</strong> alguma ou ambas as situações acima <strong>de</strong>scritas.<br />

Por sua vez, o direito <strong>de</strong> arrependimento conferi<strong>do</strong> ao consumi<strong>do</strong>r<br />

pela regra <strong>do</strong> art. 49 <strong>do</strong> CDC é um direito potestativo, isto é, exerci<strong>do</strong> livremente<br />

pelo consumi<strong>do</strong>r, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um prazo que, no caso, é o chama<strong>do</strong><br />

prazo <strong>de</strong> reflexão. São sete dias conferi<strong>do</strong>s ao consumi<strong>do</strong>r, conta<strong>do</strong>s <strong>da</strong><br />

assinatura <strong>do</strong> contrato ou <strong>do</strong> ato <strong>de</strong> recebimento <strong>do</strong> produto ou serviço, e<br />

ao qual o fornece<strong>do</strong>r estará obrigatoriamente sujeito, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> alguma causa.<br />

Para que o consumi<strong>do</strong>r exercite o seu direito <strong>de</strong> arrependimento,<br />

não há a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ocorrência <strong>de</strong> qualquer evento, bastan<strong>do</strong> a sua<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> não mais contratar, isto é, <strong>de</strong> prosseguir com o negócio. Não<br />

238<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 235-244, out.-<strong>de</strong>z. 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!