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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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superiores, inclusive <strong>do</strong> STF. No caso concreto, por exemplo,<br />

já se interpôs recurso extraordinário, relativamente ao qual,<br />

em situações graves, é viável emprestar-se, a<strong>de</strong>mais, efeito<br />

suspensivo. 10. Em reclamação, em que sustenta<strong>da</strong> a usurpação,<br />

pela Corte local, <strong>de</strong> competência <strong>do</strong> Supremo <strong>Tribunal</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral, não cabe, em tese, discutir em torno <strong>da</strong> eficácia <strong>da</strong><br />

sentença na ação civil pública (Lei nº 7347/1985, art. 16), o<br />

que po<strong>de</strong>rá, entretanto, constituir, eventualmente, tema <strong>do</strong><br />

recurso extraordinário. 11. Reclamação julga<strong>da</strong> improce<strong>de</strong>nte,<br />

cassan<strong>do</strong>-se a liminar.<br />

É bem ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que o Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral passou a ter uma<br />

roupagem <strong>de</strong> Corte Constitucional, fenômeno esse que teve início na<br />

emen<strong>da</strong> constitucional n. 18/65 e se acelerou nos últimos anos com as<br />

inúmeras alterações legislativas que passaram a conferir efeitos gerais e<br />

eficácia erga omnes às suas <strong>de</strong>cisões.<br />

To<strong>do</strong>s esses argumentos embasam a tese <strong>de</strong> objetivação <strong>do</strong> controle<br />

concreto <strong>de</strong> constitucionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que torna absolutamente dispensável<br />

a edição <strong>de</strong> resolução suspensiva pelo Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral para que as <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>do</strong> STF tenham eficácia erga omnes.<br />

A<strong>de</strong>mais, é inegável a superação <strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> separação <strong>do</strong>s<br />

po<strong>de</strong>res existentes à época em que o instituto foi inseri<strong>do</strong> no or<strong>de</strong>namento<br />

jurídico pátrio, o que, alia<strong>do</strong> à omissão crônica <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral em<br />

editar a cita<strong>da</strong> resolução, fez com que o artigo 52, X, <strong>da</strong> Constituição Fe<strong>de</strong>ral<br />

se tornasse letra morta.<br />

O próprio Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral, apoia<strong>do</strong> nos ensinamentos <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina 10 , tem afirma<strong>do</strong> que o Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral não está<br />

obriga<strong>do</strong> a editar a resolução suspensiva, o que contribuiu para que o<br />

cita<strong>do</strong> instituto caísse em <strong>de</strong>suso.<br />

Aliás, o STF não comunica o Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral acerca <strong>da</strong>s suas <strong>de</strong>cisões<br />

em se<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle concreto <strong>de</strong> constitucionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995,<br />

concorren<strong>do</strong> para a ineficácia <strong>do</strong> dispositivo.<br />

10 Nesse senti<strong>do</strong>, afirma Paulo Napoleão Nogueira <strong>da</strong> Silva: "É <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>cisória a competência privativa <strong>do</strong><br />

Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral para suspen<strong>de</strong>r a execução <strong>de</strong> lei ou <strong>de</strong>creto <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>s inconstitucionais pelo Supremo <strong>Tribunal</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral, pela via inci<strong>de</strong>ntal. Ao Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral compete aplicar os critérios <strong>de</strong> conveniência e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

relação à suspensão <strong>da</strong> execução <strong>da</strong> lei, além <strong>de</strong> cercar seu exame <strong>de</strong> cautelas necessárias para constar a reiteração<br />

<strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Alta Corte, no mesmo senti<strong>do</strong>, prevenin<strong>do</strong> com essas cautelas uma eventual mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> entendimento<br />

<strong>do</strong> <strong>Tribunal</strong>. O Sena<strong>do</strong>, portanto, não está obriga<strong>do</strong> a suspen<strong>de</strong>r a execução <strong>de</strong> lei ou ato normativo <strong>de</strong>clara<strong>do</strong><br />

inconstitucional pelo Supremo <strong>Tribunal</strong> Fe<strong>de</strong>ral: trata-se <strong>de</strong> um juízo <strong>de</strong> conveniência e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, que lhe foi<br />

<strong>de</strong>feri<strong>do</strong> pelo constituinte". SILVA, Paulo Napoleão Nogueira. A evolução <strong>do</strong> controle <strong>de</strong> constitucionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />

competência <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral. Revista <strong>do</strong>s Tribunais, 1992.<br />

200<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 193-205, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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