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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Observe-se que o Novo CPC incorre em gran<strong>de</strong> contradição, pois,<br />

como <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>, utiliza-se muito, e positivamente, <strong>da</strong> técnica <strong>da</strong>s cláusulas<br />

gerais, o que, naturalmente, provoca, por parte <strong>da</strong> jurisprudência, a<br />

outorga <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> aos textos normativos. Assim, é imperioso se atribuir<br />

força vinculante aos prece<strong>de</strong>ntes, <strong>do</strong> contrário, haverá um enorme esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> insegurança, pois ca<strong>da</strong> magistra<strong>do</strong> po<strong>de</strong>rá interpretá-lo no senti<strong>do</strong> que<br />

lhe aprouver.<br />

6. Conclusão<br />

Realmente é níti<strong>da</strong> a falta <strong>de</strong> sistematici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> atual CPC, não<br />

apresentan<strong>do</strong> or<strong>de</strong>m e uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, somente po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser compreendi<strong>do</strong><br />

como um sistema a partir <strong>de</strong> um esforço <strong>do</strong>utrinário para acomo<strong>da</strong>r os<br />

seus elementos.<br />

Essa parece ter si<strong>do</strong> a proposta <strong>da</strong> Comissão e, realmente, esse parece<br />

ser o resulta<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong>. O “Novo” CPC pouco acrescenta, não revoluciona<strong>do</strong><br />

meto<strong>do</strong>logicamente o processo civil, pois, como <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>,<br />

somente consagra as i<strong>de</strong>ias já firma<strong>da</strong>s pela <strong>do</strong>utrina e jurisprudência.<br />

Quan<strong>do</strong> Buzaid redigiu o CPC <strong>de</strong> 1973, houve uma ruptura absur<strong>da</strong><br />

com as premissas <strong>do</strong> CPC <strong>de</strong> 1939, estabelecen<strong>do</strong> no plano normativo o<br />

que <strong>de</strong> melhor se havia pensa<strong>do</strong> na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX, principalmente<br />

na Itália.<br />

Parece-me, com to<strong>da</strong>s as vênias <strong>de</strong> estilo, que os opera<strong>do</strong>res sentirão<br />

muito menos o “choque <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça” com o novo CPC <strong>do</strong> que sentiram<br />

com a reforma <strong>da</strong> execução judicial <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pela Lei nº 11.232/05.<br />

Há, a rigor, simples incorporações <strong>de</strong> textos constitucionais e <strong>de</strong> diplomas<br />

legislativos infraconstitucionais extravagantes.<br />

Destarte, com o novo CPC <strong>da</strong>r-se-á mais organização ao sistema e,<br />

principalmente, se positivarão prima<strong>do</strong>s constitucionais no texto legal.<br />

Enfim, esse parece ser o gran<strong>de</strong> lucro a ser obti<strong>do</strong> com tal mu<strong>da</strong>nça. Não<br />

obstante ser uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> simbólico, justamente por estar<br />

positiva<strong>do</strong>, talvez alcance mais eco e melhor se aprofun<strong>de</strong> nos escaninhos<br />

<strong>da</strong> justiça.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 74-107, out.-<strong>de</strong>z. 2011 107

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