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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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pelo cônjuge enfermo, inclusive garantin<strong>do</strong>-lhe as consequências previ<strong>de</strong>nciárias,<br />

e o pensionamento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>.<br />

Neste caso, tanto socialmente, quanto juridicamente, uma eventual<br />

união estável com terceira pessoa, po<strong>de</strong>rá ser reconheci<strong>da</strong> pelo or<strong>de</strong>namento<br />

pátrio, sem que a ex-cônjuge esteja <strong>de</strong>sampara<strong>da</strong>.<br />

4ª razão:<br />

A última pon<strong>de</strong>ração diz respeito à <strong>de</strong>rrogação <strong>da</strong> Lei 6.515/77,<br />

bem como <strong>do</strong>s artigos 1571, III e seguintes <strong>do</strong> Código Civil, que tratam <strong>da</strong><br />

separação judicial.<br />

A boa hermenêutica jurídica trazi<strong>da</strong> pela Emen<strong>da</strong> 66 ao § 6º <strong>da</strong> CF<br />

há que ser aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma extensiva, haja vista que assim dispõe:<br />

“O casamento po<strong>de</strong> ser dissolvi<strong>do</strong> pelo divórcio.”<br />

Cabe, portanto, interpretar-se tal dispositivo constitucional como<br />

ampliativo <strong>do</strong> direito subjetivo <strong>do</strong>s cônjuges <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidirem acerca <strong>do</strong> fim<br />

<strong>do</strong> casamento quan<strong>do</strong> suas vonta<strong>de</strong>s livres assim se manifestarem, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>da</strong> injunção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> quanto a termo.<br />

O coman<strong>do</strong> constitucional, por seus princípios ou normas, não<br />

ve<strong>do</strong>u o instituto <strong>da</strong> separação judicial, nem sequer a Emen<strong>da</strong> 66 fez qualquer<br />

referência à sua ve<strong>da</strong>ção. Pelo contrário, apenas <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> existir a<br />

imperativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prévia separação judicial, ou <strong>de</strong> fato, para que o divórcio<br />

possa ser <strong>de</strong>creta<strong>do</strong>.<br />

5. Conclusão:<br />

A se enten<strong>de</strong>r a per<strong>da</strong> <strong>da</strong> eficácia <strong>da</strong> separação judicial em nosso<br />

or<strong>de</strong>namento jurídico, apenas apoia<strong>da</strong> na sua <strong>de</strong>snecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, significaria<br />

eliminar <strong>do</strong>s cônjuges o direito <strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar um tempo precioso que po<strong>de</strong>rá<br />

ser necessário a novas experiências, e a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão segura.<br />

A reconciliação entre os envolvi<strong>do</strong>s, enquanto instituto jurídico,<br />

estaria fin<strong>da</strong>, elimina<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> em situação <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>, bem como<br />

nos casos <strong>de</strong> convicção religiosa, haja vista que alguns grupos excluiriam<br />

as pessoas que <strong>de</strong>sfizessem o vínculo matrimonial, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> optar pela<br />

singela forma <strong>da</strong> separação judicial a justificar o fim <strong>do</strong>s <strong>de</strong>veres conjugais<br />

(GAMA, palestra <strong>Emerj</strong>, 20/06/2011).<br />

Em não haven<strong>do</strong> ve<strong>da</strong>ção constitucional, ou <strong>de</strong>rrogação expressa,<br />

há que se reconhecer a vigência formal <strong>do</strong> instituto , e que os opera<strong>do</strong>res<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 119-124, out.-<strong>de</strong>z. 2011 123

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