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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Como pontifica<strong>do</strong> por Antônio Herman <strong>de</strong> Vasconcellos e Benjamin<br />

3 , “a proteção <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r contra a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> enganosa leva em<br />

conta somente sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> indução ao erro. Inexigível, por conseguinte,<br />

que o consumi<strong>do</strong>r tenha, <strong>de</strong> fato e concretamente, si<strong>do</strong> engana<strong>do</strong>.<br />

A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> é aferi<strong>da</strong>, pois, em abstrato. O que se busca é sua ‘capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> induzir ao erro o consumi<strong>do</strong>r’, não sen<strong>do</strong>, por conseguinte, exigível<br />

qualquer prejuízo individual. O difuso – pela simples utilização <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

enganosa -, presumi<strong>do</strong> jure et <strong>de</strong> jure, já é suficiente”.<br />

Também não se exige para tipificação <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> enganosa, a<br />

real intenção <strong>do</strong> anunciante/fornece<strong>do</strong>r em enganar o consumi<strong>do</strong>r. Não<br />

se afere <strong>do</strong>lo ou culpa, visto que o que se põe em voga é a efetiva proteção<br />

e garantia <strong>do</strong>s direitos básicos <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, e não a repressão ao<br />

comportamento enganoso.<br />

O puffing, ou exageros publicitários, configura hipótese <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

enganosa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que preste a induzir o consumi<strong>do</strong>r a erro. De outro<br />

mo<strong>do</strong>, se for inofensivo, inepto a gerar qualquer benefício negocial, isenta<br />

<strong>de</strong> tipificação enganosa.<br />

Quanto a anúncios ambíguos, se <strong>de</strong>ntre os mais varia<strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s,<br />

<strong>de</strong>notar um que possa ter conteú<strong>do</strong> enganoso, to<strong>da</strong> a mensagem, em sua<br />

integrali<strong>da</strong><strong>de</strong>, passará a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> enganosa.<br />

A seu turno, a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> abusiva expressa “i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> exploração<br />

ou opressão ao consumi<strong>do</strong>r”, muito mais imponente e nefasta <strong>do</strong> que a<br />

publici<strong>da</strong><strong>de</strong> enganosa. Há ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro abuso <strong>de</strong> direito, ao explorar a<br />

publici<strong>da</strong><strong>de</strong> além <strong>do</strong>s limites fixa<strong>do</strong>s em lei, viola<strong>do</strong>ras <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m jurídica<br />

e <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m pública, causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> prejuízos ao consumi<strong>do</strong>r.<br />

Diz o § 2° <strong>do</strong> art. 37, em lição meramente exemplificativa, ser “abusiva,<br />

<strong>de</strong>ntre outras, a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> discriminatória <strong>de</strong> qualquer natureza,<br />

a que incite a violência, explore o me<strong>do</strong> ou a superstição, se aproveite <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> julgamento e experiência <strong>da</strong> criança, <strong>de</strong>srespeita valores<br />

ambientais, ou que seja capaz <strong>de</strong> induzir o consumi<strong>do</strong>r a se comportar <strong>de</strong><br />

forma prejudicial ou perigosa à sua saú<strong>de</strong> ou segurança”.<br />

Do contexto legal apresenta<strong>do</strong>, são hipóteses <strong>de</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

abusiva:<br />

3 In, Código brasileiro <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r comenta<strong>do</strong> pelos autores <strong>do</strong> anteprojeto. 5ª ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Forense Universitária, 1998, p. 274.<br />

54<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 32-56, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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