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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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é admissível a inserção <strong>de</strong> cláusula resolutória, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que alternativa, caben<strong>do</strong><br />

a escolha ao consumi<strong>do</strong>r; c) os contratos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são po<strong>de</strong>rão ser<br />

verbais ou escritos, ressaltan<strong>do</strong>, no segun<strong>do</strong> caso, a necessária re<strong>da</strong>ção<br />

em termos claros e precisos, ostensivos e legíveis, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a facilitar a<br />

compreensão <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r; d) a inserção <strong>de</strong> cláusulas limitativas ao<br />

direito <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verão ser redigi<strong>da</strong>s com <strong>de</strong>staque, facilitan<strong>do</strong><br />

sua fácil compreensão.<br />

Cumpre assinalar, aten<strong>do</strong>-se às regras específicas à contratação por<br />

a<strong>de</strong>são, o seu conceito legal a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo CDC, pelo qual, “contrato <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>são é aquele cujas cláusulas tenham si<strong>do</strong> aprova<strong>da</strong>s pela autori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

competente ou estabeleci<strong>da</strong>s unilateralmente pelo fornece<strong>do</strong>r <strong>de</strong> produtos<br />

ou serviços, sem que o consumi<strong>do</strong>r possa discutir ou modificar substancialmente<br />

seu conteú<strong>do</strong>”.<br />

Não se olvi<strong>de</strong>, por conseguinte, que o contrato <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são não induz<br />

novo tipo contratual ou categoria autônoma <strong>de</strong> contratação, mas apenas<br />

resplan<strong>de</strong>ce nova técnica <strong>de</strong> formação contratual, em oposição aos nomina<strong>do</strong>s<br />

contratos <strong>de</strong> comum acor<strong>do</strong>, em que se presencia negociação<br />

entre as partes.<br />

3.2. Interpretação <strong>da</strong>s cláusulas <strong>de</strong> maneira mais favorável ao consumi<strong>do</strong>r<br />

Tal dispositivo não fere a regente igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, porquanto trata aqui<br />

<strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> substancial <strong>da</strong>s partes (isonomia), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, em regra,<br />

pronto a avença, a interpretação <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> sob contra <strong>do</strong> negócio jurídico.<br />

Entrementes, <strong>da</strong><strong>da</strong> a reconheci<strong>da</strong> vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r,<br />

ti<strong>da</strong> e protegi<strong>da</strong> como direito básico, soma<strong>da</strong> a casos <strong>de</strong> ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

contradição e dúvi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s cláusulas, a coesa interpretação <strong>de</strong>ve ser posta<br />

a favor <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

Em lição <strong>de</strong> Nelson Nery Júnior 1 , “os princípios <strong>da</strong> teoria <strong>da</strong> interpretação<br />

contratual se aplicam aos contratos <strong>de</strong> consumo, coma ressalva<br />

<strong>do</strong> maior favor ao consumi<strong>do</strong>r, por ser a parte débil <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> consumo.<br />

Po<strong>de</strong>mos extrair os seguintes princípios específicos <strong>da</strong> interpretação <strong>do</strong>s<br />

contratos <strong>de</strong> consumo: a) a interpretação é sempre mais favorável ao consumi<strong>do</strong>r;<br />

b) <strong>de</strong>ve-se aten<strong>de</strong>r mais à intenção <strong>da</strong>s partes <strong>do</strong> que à literali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> manifestação <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>; c) a cláusula geral <strong>da</strong> boa-fé reputa-se<br />

1 In, Código brasileiro <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r comenta<strong>do</strong> pelos autores <strong>do</strong> anteprojeto. 5 ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Forense Universitária, 1998, p. 388.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 32-56, out.-<strong>de</strong>z. 2011 37

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