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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Nessa linha, é possível afastarmos a clássica dicotomia entre direito<br />

e processo, passan<strong>do</strong>-se a cogitar na instrumentali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> processo e em<br />

técnicas processuais. A instrumentali<strong>da</strong><strong>de</strong>, na visão <strong>de</strong> Dinamarco 35 , possui<br />

aspectos negativos e positivos.<br />

Negativamente, com a instrumentali<strong>da</strong><strong>de</strong> se combate o formalismo,<br />

afastan<strong>do</strong> a visão <strong>do</strong> processo como um conjunto <strong>de</strong> armadilhas ardilosamente<br />

prepara<strong>da</strong>s pela parte mais astuta em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> mais incauta,<br />

to<strong>da</strong>via, sem gerar alternativismo <strong>de</strong>strambelha<strong>do</strong>, capaz <strong>de</strong> produzir a<br />

insegurança jurídica. Positivamente, com a instrumentali<strong>da</strong><strong>de</strong> o processo<br />

torna-se apto a produzir to<strong>do</strong>s os seus escopos institucionais (jurídicospolíticos-sociais),<br />

como na ampliação <strong>do</strong>s Juiza<strong>do</strong>s Especiais, ampliação<br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>fensorias públicas, consoli<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> Ministério Público, no<br />

dinamismo <strong>do</strong> processo na relação entre as partes, entre elas e o juiz,<br />

como entre o juiz e o processo, na plenitu<strong>de</strong> e na restrição <strong>da</strong>s garantias<br />

processuais, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, na justiça <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões, na efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões (como a melhor distribuição <strong>do</strong> ônus <strong>do</strong> tempo, a<br />

ampliação <strong>da</strong>s sentenças man<strong>da</strong>mentais e executivas lato sensu, a concretização<br />

<strong>do</strong>s provimentos urgentes basea<strong>do</strong>s em cognição sumária, o aban<strong>do</strong>no<br />

<strong>da</strong> rígi<strong>da</strong> separação entre cognição e execução, a <strong>de</strong>smitificação <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> processual “obti<strong>da</strong>” formalmente com a coisa julga<strong>da</strong> etc.).<br />

Assim, a construção <strong>de</strong> técnicas processuais hábeis a tutelar direitos<br />

materiais tornou-se o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio <strong>do</strong> legisla<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> juiz na concretização<br />

<strong>do</strong> direito a tutela jurisdicional a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. Aquilo que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />

<strong>do</strong> processo civil, <strong>da</strong> técnica processual, <strong>de</strong>ve ser soluciona<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

Nesse contexto, alguns pontos assumem gran<strong>de</strong> relevância: o princípio<br />

<strong>da</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong> procedimento à causa; a i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> tutela <strong>de</strong> interesses<br />

coletivos 36 , pois o CPC foi i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong> em uma visão individualista,<br />

bastan<strong>do</strong> consultar o seu art. 6° (que disciplina que a regra é ir a juiz em<br />

nome próprio, na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> direito próprio) e 472 (limites subjetivos <strong>da</strong><br />

coisa julga<strong>da</strong> material); a melhor distribuição <strong>do</strong> tempo como um ônus a<br />

ser <strong>do</strong>sa<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma isonômica entre as partes; a aproximação <strong>da</strong> cognição<br />

à execução, incentivan<strong>do</strong> po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> efetivação <strong>da</strong> <strong>de</strong>cisão, como<br />

o previsto no art. 461, § 5°, <strong>do</strong> CPC (princípio <strong>da</strong> atipici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s meios<br />

35 Cfr. Cândi<strong>do</strong> Rangel Dinamarco. "Relativizar a coisa julga<strong>da</strong> material". Revista <strong>de</strong> processo, v. 109, p. 9-38.<br />

36 Nesse senti<strong>do</strong>, merece crítica a postura <strong>do</strong> STJ a chancelar a re<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> art. 16 <strong>da</strong> Lei n° 7.347/85, bem como a<br />

inovação legislativa (Lei n° 9.494/97 que alterou o menciona<strong>do</strong> dispositivo), limitan<strong>do</strong> a tutela coletiva. STJ, 1ª T.,<br />

AgRg nos EDcl no REsp. 639.158/SC, rel. Min. José Delga<strong>do</strong>, julga<strong>do</strong> em 22.03.2005.<br />

90<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 74-107, out.-<strong>de</strong>z. 2011

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