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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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Como conclusão, ensina a cita<strong>da</strong> mestra que:<br />

[...] mostram-se insubsistentes os corolários <strong>da</strong> indivisibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> patrimônio, admitin<strong>do</strong>-se a existência <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>is ou mais patrimônios, isto é, <strong>de</strong> duas ou mais universali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> direito titulariza<strong>da</strong>s pela mesma pessoa. Importante<br />

salientar, nesta direção, que na<strong>da</strong> há <strong>de</strong> excepcional ou<br />

anormal nisto, precisamente porque não vigora, no direito<br />

pátrio, os princípios <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> indivisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> patrimônio.<br />

Com o afastamento <strong>de</strong> tais princípios, afigura-se<br />

possível a existência <strong>de</strong> um patrimônio geral ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> patrimônios<br />

especiais. A unificação <strong>de</strong>stes núcleos patrimoniais<br />

segrega<strong>do</strong>s ocorre em atenção ao fim a que se <strong>de</strong>stinam, o<br />

qual, por sua relevância, justifica e reclama a criação <strong>de</strong> novas<br />

universali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> direito, isto é, centros autônomos <strong>de</strong><br />

imputação objetiva 7 .<br />

Por essa razão, mo<strong>de</strong>rnamente se enten<strong>de</strong> que ca<strong>da</strong> conjunto <strong>de</strong><br />

relações jurídicas – universali<strong>da</strong><strong>de</strong> –, com <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> <strong>de</strong>stinação comum,<br />

consiste em um núcleo patrimonial titulariza<strong>do</strong> pelo sujeito.<br />

O patrimônio, então, “será o conjunto <strong>do</strong>s bens coesos pela afetação<br />

a um fim econômico <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong>, assim, a admitir-se a<br />

existência <strong>de</strong> um patrimônio geral e <strong>de</strong> patrimônios especiais, constituí<strong>do</strong>s<br />

por bens afeta<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> fim 8 ”.<br />

Nessa esteira, o patrimônio <strong>de</strong> afetação consiste em uma separação<br />

patrimonial <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> encargos impostos a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s bens,<br />

passan<strong>do</strong> a ter uma <strong>de</strong>stinação especial. Tais bens, ou relações jurídicas,<br />

seriam autônomos e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em relação a outros núcleos patrimoniais,<br />

a fim <strong>de</strong> realizar o fim especial a que se <strong>de</strong>stinam.<br />

Isso significa que o patrimônio afeta<strong>do</strong> está a salvo <strong>da</strong>s mãos <strong>do</strong>s<br />

cre<strong>do</strong>res <strong>de</strong> outras relações manti<strong>da</strong>s pelo titular <strong>do</strong> patrimônio, que não<br />

se vinculam àquela que <strong>de</strong>u origem à separação patrimonial.<br />

O dinamismo <strong>da</strong>s relações obrigacionais, a sua evolução, e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> surgimento <strong>de</strong> mais segurança nessas relações impulsionou a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> afetação, ou seja, <strong>de</strong> uma flexibilização <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e indivisibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> patrimônio.<br />

7 Ib<strong>de</strong>m. p. 223-224.<br />

8 CHALHUB, Melhim Namem. Negócio Fiduciário. 4. ed. <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro: Renovar. 2009, p. 69-70.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 215-234, out.-<strong>de</strong>z. 2011 221

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