Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...
Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...
Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Sen<strong>do</strong>, entretanto, a excessiva onerosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, superveniente e extraordinária,<br />
não <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> pelas partes, mas provoca<strong>da</strong> por agentes externos,<br />
<strong>de</strong>correntes sobretu<strong>do</strong> <strong>da</strong> álea administrativa, po<strong>de</strong> o consumi<strong>do</strong>r<br />
requerer a revisão <strong>do</strong> contrato ou a modificação <strong>da</strong> cláusula, amol<strong>da</strong>n<strong>do</strong>-a<br />
à nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seu cumprimento.<br />
6.1.20. Cláusula que proíba a resolução contratual por ônus excessivo a<br />
uma <strong>da</strong>s partes<br />
Ocorren<strong>do</strong> excessiva e <strong>de</strong>sproporcional vantagem a uma <strong>da</strong>s partes<br />
contratantes, permite-se sua resolução, sen<strong>do</strong> ve<strong>da</strong><strong>da</strong> a manutenção <strong>da</strong><br />
avença que acarrete ônus excessivo em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> outra parte.<br />
7. Da Publici<strong>da</strong><strong>de</strong> Enganosa e Abusiva<br />
É textualmente induvi<strong>do</strong>so o § 1° <strong>do</strong> art. 37, dispon<strong>do</strong> ser “enganosa<br />
qualquer mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informação ou comunicação <strong>de</strong> caráter<br />
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro mo<strong>do</strong>,<br />
mesmo por omissão, capaz <strong>de</strong> induzir em erro o consumi<strong>do</strong>r a respeito <strong>da</strong><br />
natureza, características, quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, origem,<br />
preços e quaisquer outros <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre produtos e serviços”.<br />
Inserto até como direito básico <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, houve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> normatizar as hipóteses e situações em que evi<strong>de</strong>nte a publici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
enganosa, produzi<strong>da</strong> como afronta à or<strong>de</strong>m pública e ao interesse social.<br />
Visa-se igualmente, ante a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica atuante e frequente,<br />
assegurar uma livre concorrência justa e condigna aos ditames <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m<br />
econômica.<br />
A publici<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser total ou parcialmente enganosa, bem assim<br />
po<strong>de</strong> se manifestar <strong>de</strong> forma ativa, quan<strong>do</strong> v.g, afirma características ou<br />
apresenta quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> produtos inverídicas, capazes <strong>de</strong> induzir a erro o<br />
consumi<strong>do</strong>r, ou omissiva, quan<strong>do</strong> o consumi<strong>do</strong>r é induzi<strong>do</strong> a erro pelo<br />
fornece<strong>do</strong>r ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> <strong>de</strong> afirmar ou apresentar algo relevante e essencial<br />
à percepção condutora à avença.<br />
Basta para a caracterização que o consumi<strong>do</strong>r “seja induzi<strong>do</strong> a<br />
erro”, ou seja, a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> que tem por fim a simples capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> indutiva<br />
a erro, melhor dizen<strong>do</strong>, a tendência a induzir a erro. Se o foi efetiva<br />
ou concretamente engana<strong>do</strong>, ter-se-á o mero exaurimento <strong>do</strong> ato, pouco<br />
importan<strong>do</strong> os efeitos reais <strong>da</strong> publici<strong>da</strong><strong>de</strong> enganosa.<br />
R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 32-56, out.-<strong>de</strong>z. 2011 53