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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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dúvi<strong>da</strong>s acerca <strong>da</strong> sua ocorrência e <strong>de</strong>monstrar <strong>de</strong>finitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> a ponto<br />

<strong>de</strong> se mostrar irreversível. Por essa razão, caberá ao cre<strong>do</strong>r que invocar<br />

a quebra antecipa<strong>da</strong> comprovar, <strong>de</strong> maneira objetiva, a sua ocorrência.<br />

Excluem-se, assim, o simples me<strong>do</strong> ou receio, porque insuficientes para a<br />

caracterização <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong>.<br />

3.4.3 O adimplemento substancial<br />

Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> estágio em que a relação obrigacional se encontra,<br />

po<strong>de</strong> ser inaplicável o instituto <strong>da</strong> quebra antecipa<strong>da</strong>. Isso ocorre, por<br />

exemplo, quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r já cumpriu parcela substancial <strong>da</strong> avença, <strong>de</strong><br />

mo<strong>do</strong> que a aplicação <strong>do</strong> instituto acabaria por gerar mais prejuízos <strong>do</strong><br />

que efetivamente evitá-los. Com efeito, na hipótese <strong>de</strong> “adimplemento<br />

substancial”, <strong>de</strong>ixa-se <strong>de</strong> aplicar a teoria <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong>,<br />

em prestígio <strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina <strong>da</strong> mitigação <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, o ensino <strong>de</strong> ANELISE BECKER, para quem o referi<strong>do</strong><br />

instituto não po<strong>de</strong> ser aplica<strong>do</strong> “quan<strong>do</strong> a realização <strong>da</strong> prestação a cargo<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r já foi inicia<strong>da</strong> e se encontra <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> completa que seria<br />

impraticável estimar os <strong>da</strong>nos por ele sofri<strong>do</strong>s” 44 . Em tais circunstâncias,<br />

mesmo diante <strong>da</strong> recusa <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, o cre<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá continuar a cumprir<br />

a obrigação que lhe incumbe. 45<br />

3.4.4 A violação <strong>de</strong> <strong>de</strong>veres laterais pouco significativos<br />

A ruptura antecipa<strong>da</strong> <strong>do</strong> contrato também não é aplicável em casos<br />

nos quais a suposta violação atinge apenas <strong>de</strong>veres laterais pouco significativos,<br />

manten<strong>do</strong>-se intacto o núcleo obrigacional e subsistin<strong>do</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cumprimento pelo <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r.<br />

É plenamente plausível, portanto, que venha a ocorrer o <strong>de</strong>scumprimento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>veres <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> vínculo obrigacional sem que se configure<br />

o inadimplemento antecipa<strong>do</strong>. É o que explica JORGE CESA FERREIRA<br />

DA SILVA, ao excluir <strong>da</strong> hipótese <strong>da</strong> quebra antecipa<strong>da</strong> “o caso <strong>do</strong> <strong>de</strong>scumprimento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>veres laterais pouco significativos ou <strong>da</strong> concretização <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>nos extrapatrimoniais vincula<strong>do</strong>s ao contrato, mas não inviabiliza<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> prestação futura” 46 .<br />

44 op. cit., p. 74.<br />

45 Ressalvan<strong>do</strong>-se, é claro, o direito <strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ser in<strong>de</strong>niza<strong>do</strong> ou ressarci<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>feito <strong>da</strong> prestação.<br />

46 op. cit., p. 259.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 145-172, out.-<strong>de</strong>z. 2011 159

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