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Diretoria da EMERJ - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado do Rio ...

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(3) As disposições <strong>do</strong> parágrafo anterior não se aplicam se a<br />

outra parte <strong>de</strong>clarou que não executaria as suas obrigações.” 28<br />

(grifou-se)<br />

Perceba-se que a terceira regra reproduz a noção já positiva<strong>da</strong> no<br />

Código Civil italiano e nos prece<strong>de</strong>ntes anglo-saxões <strong>de</strong> que a recusa<br />

expressa <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r constitui a mora, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> notificação<br />

<strong>do</strong> cre<strong>do</strong>r.<br />

Ain<strong>da</strong> assim, importante frisar que, após a ratificação <strong>da</strong> Convenção,<br />

a própria <strong>do</strong>utrina francesa – fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em visão extremamente tradicionalista<br />

<strong>da</strong>s obrigações – passou a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>snecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> constituição<br />

<strong>da</strong> mora ante a recusa expressa <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, ten<strong>do</strong> em vista que seria inútil<br />

a notificação <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r que já <strong>de</strong>clarou a sua recusa. 29<br />

Esse breve panorama <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> teoria <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>monstra a importância que o instituto veio adquirin<strong>do</strong> com o<br />

passar <strong>do</strong> tempo, ganhan<strong>do</strong> força gra<strong>da</strong>tivamente e se consagran<strong>do</strong> perante<br />

or<strong>de</strong>namentos jurídicos diversos, inclusive naqueles <strong>de</strong> visão mais<br />

tradicional.<br />

3. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO INADIMPLEMENTO ANTECIPADO<br />

Conforme já menciona<strong>do</strong>, são duas as hipóteses reconheci<strong>da</strong>s pela<br />

<strong>do</strong>utrina como caracteriza<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong> <strong>do</strong> contrato,<br />

quais sejam: (i) a recusa categórica <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r em executar sua<br />

obrigação, manifesta<strong>da</strong> antes <strong>do</strong> nascimento <strong>da</strong> pretensão e (ii) a conduta<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r que torna <strong>de</strong>finitivamente impossível o cumprimento <strong>da</strong><br />

obrigação. A primeira <strong>de</strong>las significa uma manifestação <strong>da</strong> contraparte,<br />

isto é, uma exteriorização <strong>da</strong> sua intenção <strong>de</strong> não cumprir o contrato. Já<br />

a segun<strong>da</strong> mostra-se mais liga<strong>da</strong> ao comportamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>r, requeren<strong>do</strong><br />

uma análise <strong>da</strong>s condutas por ele realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a assinatura <strong>do</strong><br />

contrato e até o momento conclusivo <strong>do</strong> inadimplemento – sen<strong>do</strong> este,<br />

obviamente, anterior ao termo contratual.<br />

Os elementos constitutivos <strong>do</strong> inadimplemento antecipa<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m<br />

ser dividi<strong>do</strong>s em objetivo e subjetivo: o elemento objetivo dirá respeito<br />

aos critérios específicos para a configuração <strong>da</strong> recusa expressa ou <strong>do</strong><br />

28 Acessa<strong>do</strong> em 27/11/2010 às 17:00.<br />

29 WIEDERKEHR, Georges. HENRY, Xavier. TISSERAND, Alice. VENANDET, Guy. JACOB, François. Co<strong>de</strong> Civil, 103 a ed.,<br />

Dalloz, Paris, 2004, p. 947. “Une mise en <strong>de</strong>meure est inutile quand le débiteur prend l’initiative <strong>de</strong> déclarer à son<br />

créancier qu’il refuse d’exécuter son obligation”.<br />

R. <strong>EMERJ</strong>, <strong>Rio</strong> <strong>de</strong> Janeiro, v. 14, n. 56, p. 145-172, out.-<strong>de</strong>z. 2011 153

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