133relatórios e outros documentos obtidos na pagina web do Conselho 143 ., e a própriapágina do CGEN disponível na internet 144 . As entrevistas 145 , formais e informais, e asminhas impressões produzidas a partir da observação direta dos acontecimentos da 64ªReunião Ordinária do CGEN, no mês de dezembro de 2008 146 ,, da qual participei comoouvinte, compuseram os dados aqui tomados para análise.As atas analisadas foram selecionadas conforme o período em que foramdiscutidas e realizadas duas consultas públicas: a primeira, convocada pelo CGEN emdezembro de 2006, relativa à definição de critérios para disciplinar a repartição debenefícios econômicos com as comunidades e povos tradicionais; e a segunda,convocada pela Casa Civil da Presidência da República em novembro de 2007,objetivando consolidar o anteprojeto de lei elaborado em caráter preliminar pela referidaCasa Civil, antes do seu encaminhamento ao Congresso Nacional. As consultaspúblicas, como mecanismos de participação, foram tratadas mais detidamente nocapítulo anterior.Utilização de Patrimônio Genético e Repartição de Benefícios. As duas últimas reuniões conjuntas datamdo período delimitado para efeitos desta dissertação. A quinta reunião foi realizada em 25 de fevereiro de2008 e a sexta em 13 de março de 2008. Ambas referiram-se à discussão de como os resultados obtidos apartir da Consulta Pública n. 02 foram ou poderiam ser incorporados ao texto do APL então submetido aconsulta pública convocada pela Casa Civil da Presidência da República. Participaram dessas reuniões,não apenas conselheiros do CGEN, como FUNAI, MCT, MAPA e MS, mas também a Agência Brasileirade Inteligência (ABIN), o Instituto Chico Mendes (ICMBio), a Natura Cosméticos S/A e NaturaBiotecnologia, empresa privada, e a ABQUIM, associação nacional de químicos.142 O Regimento Interno do CGEN foi instituído pela Portaria do Ministério do Meio Ambiente n. 316, de25/06/2002.143 Trata-se do relatório oficial de atividades do ano de 2008 e do levantamento de presenças deconvidados permanentes, fornecido em entrevista pela Sra. Maria Celeste Emerick.144 Na página do CGEN na internet consultei Deliberações, Resoluções, Orientações Técnicas, RegimentoInterno e obtive outras informações institucionais. Consulte-se, para maiores informações,HTTP//:www.mma.gov.br/cgen.145 Em 18 de dezembro de 2008, no Rio de Janeiro, realizei entrevista pessoal com Maria CelesteEmerick, que participou como conselheira do CGEN, representando a Fundação Oswaldo Cruz(FIOCRUZ) durante praticamente quatro anos. Ela passou a ocupar o cargo de diretora do Departamentode Patrimônio Genético (DPG/MMA), a partir de 2007, e presidiu o Conselho entre fevereiro e outubrode 2008. Esta menção refere-se à ocupação formal do cargo e deve-se ao fato de que a referidaconselheira permaneceu sem nomeação oficial durante dois meses, não obstante manter suas atividadesrotineiras no DPG. Em Belém (PA), em janeiro de 2009, entrevistei informalmente e de maneiraprolongada, a partir de inúmeras conversas e contatos, o representante do Conselho Nacional dosSeringueiros (CNS), convidado permanente junto ao CGEN, Sr. Pedro Ramos, do Amapá.146 Trata-se da 64ª reunião ordinária, ocorrida em 11 de dezembro de 2008, quando foi disponibilizado aospresentes o relatório de atividades do CGEN deste mesmo ano.
134No que diz respeito às atas de reuniões consultadas, consistem, por si mesmas,numa fonte riquíssima de informações. As atas, todavia, não podem ser lidas como textoautomizado, já que se encontram atreladas a um feixe intrincado de relações sociais.Através delas, podem-se identificar os discursos das diversas entidades representadasnas reuniões, bem como as tensões e dissensos entre os posicionamentos deconselheiros e demais participantes, sejam convidados permanentes, especialistas ououvintes. Por uma razão prática, e no intuito de manter o foco na análise da participaçãoindígena no CGEN, deixei de tratar neste trabalho de questões relevantes que aparecemnas atas, referidas, por exemplo, aos contratos de repartição de benefícios submetidos àavaliação do Plenário, aos procedimentos de sigilo nas reuniões e aos intensos debatesem torno de expressões e termos que compõem os textos legais, tais como “comunidadelocal”, “derivados” e “potencial de uso comercial”. Essas questões mereceriam umestudo mais aprofundado, contudo, tratar de todas elas escaparia ao objetivo delimitadonesta dissertação.As atas, enquanto fontes documentais, também apresentam limitações, uma vezque elas não descrevem de maneira pormenorizada cada fato ocorrido nas reuniões doCGEN. Conforme pude perceber nas entrevistas, há lacunas nos registros. Nestesentido, o que não está escrito nas atas poderia até sugerir maior complexidade do q<strong>uea</strong>quilo que foi efetivamente registrado e tornado público. As atas também podemapresentar imperfeições, como a da 46ª Reunião Ordinária, na qual foi convocada aConsulta Pública n. 02 pelo CGEN. Na versão disponibilizada na página web doConselho, as linhas 74 a 110 encontram-se em branco, inteiramente vazias 147 . Aspossíveis omissões indicam que, para compreender aquela complexidade, cabedescrever, de maneira mais detalhada, a dinâmica do Conselho e as eventuais tensões e147 Cf. http://www.mma.gov.br. Acesso em 28 de dezembro de 2008.
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