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sheilla borges dourado - uea - pós graduação

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68Esse apoio tinha fundamento na Teologia da Libertação, ideologia que sedesenvolveu na América Latina nos anos 60 e 70. Nas palavras de Matos, a Teologia daLibertação “identificou o sofrimento dos socialmente marginalizados com os sofrimentosdo Deus encarnado, abrindo um canal para a Igreja atuar politicamente em nome de Deus.”(MATOS, ibid. p. 29). A organização de grandes assembléias supranacionais na década de70 correspondeu ao pro<strong>pós</strong>ito da Igreja de impulsionar o movimento indígena nos paíseslatino-americanos submetidos, à época, a regimes ditatoriais. (MATOS, 1997)A autora esclarece que esse “novo modelo de teologia” estava voltado para aconstrução de uma sociedade alternativa, através da organização de movimentos sociaisque libertassem o povo latino-americano das formas diversas de opressão impostas pelocapitalismo. A missão evangélica continuava sendo um ato de salvação comprometido coma realidade sócio-politica, destinada a salvar os oprimidos. Isso permitiu à Igreja conquistarnovo espaço entre fieis e disputar o poder político com os Estados nacionais latinoamericanos.A Teologia da Libertação adotava concepções marxistas como instrumental deanálise da realidade (MATOS, 1997).Os sujeitos indígenas naquele momento histórico eram ainda sujeitos relativamenteincapazes segundo a legislação nacional, e lutavam com o apoio da Igreja Católica e deprofissionais liberais. A motivação principal era a busca pela autodeterminação dossujeitos indígenas enquanto indivíduos, pelo reconhecimento dos seus direitos civis e pelademarcação de suas terras. Na década de 80, proliferaram as organizações da sociedadecivil de apoio ao “índio” e na década de 90 foi a vez dos próprios sujeitos indígenasorganizarem suas entidades de representação política. (MATOS, 1997).Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a tutela estatal sobre ospovos indígenas, em termos legais, foi finalmente superada. Os direitos à organizaçãosocial, costumes, crenças, línguas e tradições dos povos indígenas foram reconhecidos no

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