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Me Chame Pelo Seu Nome - André Aciman

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— Como é? — Ele não sabe, não é? — perguntou ela.

Balancei a cabeça.

— Dizem que talvez eu não viva muito.

— Por que está dizendo isso? — Oliver parecia totalmente atordoado. —

Como você sabe? — Todo mundo sabe. Porque eu tenho leucemia.

— Mas você é tão bonita, saudável e inteligente — protestou ele.

— Como eu disse, uma piada de mau gosto.

Oliver, agora ajoelhado na grama, literalmente deixou seu livro cair.

— Você podia ir lá em casa ler para mim um dia — disse ela. — Sou muito

legal… e você também parece ser muito legal. Bom, tchau.

Ela subiu no muro.

— E desculpe se eu assustei você… bem… Como se a música já não tivesse

nos aproximado pelo menos por algumas horas naquele dia, a aparição de

Vimini nos aproximou ainda mais.

Falamos sobre ela a tarde toda. Eu não precisei procurar assunto nem uma

vez. Ele falou e perguntou bastante. Oliver estava fascinado.

Para variar, eu não estava falando sobre mim.

Logo os dois se tornaram amigos. Ela estava sempre acordada quando ele

voltava da corrida ou do mergulho matinal, os dois andavam juntos até o

nosso portão e desciam as escadas com muito cuidado, iam até uma das

pedras grandes onde sentavam e conversavam até a hora do café da manhã.

Eu nunca tinha visto uma amizade tão bonita ou tão intensa. Nunca senti

ciúme, e ninguém, certamente não eu, ousava interrompê-los ou tentar ouvir

o que diziam. Jamais vou me esquecer de como ela dava a mão para ele

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