Diacritica 25-2_Filosofia.indb - cehum - Universidade do Minho
Diacritica 25-2_Filosofia.indb - cehum - Universidade do Minho
Diacritica 25-2_Filosofia.indb - cehum - Universidade do Minho
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
PODE CALCULAR -SE O CONSENTIMENTO? THE CALCULUS OF CONSENT AOS CINQUENTA ANOS<br />
247<br />
que se construa um novo modelo de raiz, o que só acontece de tempos a<br />
tempos. A selecção <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s é inevitável. Sabemos pelo menos desde Karl<br />
Popper, que as hipóteses adhoc podem salvar qualquer teoria. Mas a constância<br />
com que Buchanan e os teóricos da public choice explicitam os seus<br />
pressupostos, enumeram proposições verifi cáveis e imaginam testes para as<br />
suas hipóteses, faz com que não devamos negar que há um “mecanismo de<br />
pressão correctiva” embuti<strong>do</strong> nas suas teorias, mesmo quan<strong>do</strong> não aderem<br />
aos factos. Portanto, como diz Barry, “o ponto fulcral reside na questão da<br />
abstracção: em que ponto o preço <strong>do</strong> irrealismo pago pela simplicidade e<br />
poder dedutivo se torna demasia<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong>?” (Barry, 1978: 176 -177). Antes<br />
de concluir, é útil lembrar que esse ponto pode não coincidir perfeitamente<br />
em to<strong>do</strong>s os modelos, nem para todas as utilizações. Quan<strong>do</strong> se tem a<br />
fi nalidade de construir uma teoria política funcional e quan<strong>do</strong> se trata de<br />
decidir políticas públicas, num tempo histórico e numa sociedade concreta,<br />
podemos ter necessidade de níveis de refi namento muito distintos.<br />
Bibliografi a citada<br />
Alain (1981), Propos sur les pouvoirs, Paris, Gallimard, “Folio Essais”.<br />
Aron, Raymond (1938), Introduction à la philosophie de l’histoire. Essai sur les limites de<br />
l’objectivité historique, Paris, Gallimard, “Bibliothèque des idées”.<br />
Aron, Raymond (2006), “À propos de la théorie politique (1962)”, in Idem, Les sociétés<br />
modernes, Paris, PUF.<br />
Arrow, Kenneth J. (1951), Social choice and individual values, Nova York, Wiley.<br />
Barry, Brian (1965), Political argument, Londres, Routledge and Kegan Paul.<br />
Barry, Brian (1978), Sociologists, economists and democracy, Chicago e Londres, Univ<br />
of Chicago Press [ed. orig. 1970].<br />
Buchanan, James M. e Gor<strong>do</strong>n Tullock (1967), Th e calculus of consent. Logical foundations<br />
of constitutional democracy, [Ann Arbor], Ann Arbor Paperback [ed. orig. Th e<br />
University of Michigan, 1962].<br />
De Jouvenel, Bertrand (1975), Teoria pura da política, trad. Maria Eduarda Bastos,<br />
Lisboa, Guimarães e Cia. Editores.<br />
Downs, Anthony (1957), An economic theory of democracy, Nova York, Harper & How<br />
Publishers.<br />
Green, Donald P. e Ian Saphiro (1994), Pathologies of rational choice theory, New Haven,<br />
Yale Univ. Press.<br />
Hayek, F. A (1960), Th e constitution of liberty, Londres e Nova York, Routledge.<br />
Mueller, Dennis C. (1989), Public Choice II, Nova York, Cambridge Univ. Press.<br />
<strong>Diacritica</strong> <strong>25</strong>-2_<strong>Filosofia</strong>.<strong>indb</strong> 247 05-01-2012 09:38:33