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Diacritica 25-2_Filosofia.indb - cehum - Universidade do Minho

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GRECIA Y ROMA, III: MUJERES REALES Y FICTÍCIAS<br />

285<br />

de Europa, a mítica princesa fenícia raptada por Zeus feito touro, quan<strong>do</strong><br />

colhia fl ores junto à costa. Zeus levou -a para Creta e nessa ilha a desposou.<br />

Discute -se ainda hoje o signifi ca<strong>do</strong> <strong>do</strong> mito, bem como a etimologia da<br />

palavra Europa. Seja como for, trata -se de um belo mito que nos reconduz<br />

aos começos <strong>do</strong> continente europeu e às suas ligações a um tempo pré-<br />

-clássico e oriental.<br />

Num <strong>do</strong>s artigos, o dedica<strong>do</strong> à fi gura de Júlia, é dito a da<strong>do</strong> passo (p. 421):<br />

“El desfi le de mujeres que nos presentan los textos antíguos forma una serie<br />

bicolor, no hay cabida para los matices: o Lucrecias, o Lesbias.” Retiran<strong>do</strong><br />

algum exagero decorrente desta formulação dicotómica, a afi rmação aplica-<br />

-se ao volume em geral. Encontram -se aqui mulheres reais que fi caram na<br />

história pela sua dedicação à fi losofi a, às letras e artes, ou à ciência; outras<br />

são encaradas como exempla ilustrativos de virtudes ou de vícios. Quanto<br />

às fi guras míticas, no geral bem conhecidas, elas fazem parte de uma longa<br />

tradição literária e artística, que fun<strong>do</strong>u e enriqueceu o património cultural<br />

<strong>do</strong> ocidente, e ainda hoje povoam o nosso imaginário.<br />

Não é clara a organização <strong>do</strong> volume, que mistura fi guras reais e fi guras<br />

fi ctícias, sem qualquer esboço de sistematização nem aparente ordenação,<br />

seja cronológica ou outra. Mas esta constatação em nada prejudica o valor<br />

da obra. Bem pelo contrário. É possível que, na diversidade de tratamento<br />

das fi guras em estu<strong>do</strong> e no aleatório da sequência da sua apresentação, se<br />

tenha ti<strong>do</strong> em vista deixar no leitor a ideia de visão fragmentária e calei<strong>do</strong>scópica,<br />

como quem sugere que, tal como estas, muitas outras mulheres, reais<br />

ou fi ctícias, poderiam ter ti<strong>do</strong> lugar neste (ou noutro) conjunto feminino.<br />

Em suma:<br />

Ao longo <strong>do</strong> livro, tão rico de informações, revisitamos fi guras míticas<br />

de grande projeção literária e fi guras históricas devidamente situadas no<br />

seu contexto. Reencontramos igualmente, em tradução, a título <strong>do</strong>cumental,<br />

escritores e textos de natureza diversa, poéticos, epistolográfi cos, históricos,<br />

jurídicos… Em resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> que foi dito, a leitura de tantas páginas<br />

representará uma importante forma de revisitação <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> e constituirá,<br />

nalguns <strong>do</strong>s casos, uma memória viva <strong>do</strong> que foi o silenciamento da mulher<br />

ao longo <strong>do</strong>s tempos.<br />

Virgínia Soares Pereira<br />

<strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Minho</strong><br />

<strong>Diacritica</strong> <strong>25</strong>-2_<strong>Filosofia</strong>.<strong>indb</strong> 285 05-01-2012 09:38:35

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