E o Pita, sabedor da vida e de todos os seus escaninhos, concluiu: —Inveja, dizes?... Vai para o diabo que te carregue! Sou assim, que queres? Ohomem é mau e estúpido! De que valem as tuas palavras, não me dirás,falador?...E seguiu através das ruelas, sozinho, a discutir. Nunca, como nessas noitesem que monologava perdido pelos bairros excêntricos, afogado em sonho,parando, gesticulando, apressando de novo o passo, conforme a teia das suasideias se emaranhava ou desemaranhava — nunca o Pita se parecia maiscompletamente com um diabo pelintra, com um diabo de mágica caído nadesgraça e na pobreza — mas discutindo sempre, negando e sorrindo até àmorte.
CAPÍTULO VA ÚLTIMA FARSAO circo estava ainda a meia luz e o prato da arena deserto quando oPalhaço entrou. As cariátides de mármore branco que sustentavam os balcõesdiluíam-se na púrpura dos estofos em atitudes de esforço. Rompeu a sinfonia,os jovens de calções vermelhos abriram alas no estrado, e o lustre, como umagrande flor que se abre, desceu, dando toda a claridade à sala. Em cima, noalto, luziam riscos de fogo dos trapézios, uma confusão de redes, de aramescruzados, e, então, enquanto uma mulher a cavalo furava com a graça do vooarcos de papel branco, o público indiferente ficou silencioso.Seguiu-se um trabalho de agilidade e de força: os três Fersts desceram arampa num pulo, e um palhaço, vestido de lilás e de carapuça branca,começou aos encontrões às barras onde eles trabalhavam. Saltavam comopedaços de estofo atirados pelo ar. Suspendiam-se pelos pés, tão equilibradose seguros que a multidão, já ruidosa, começou a aplaudi-los.Coube depois a vez aos patinadores, ela grácil e rápida, desaparecendo noestrado, floco de espuma lilás levado pelo vento, eles grotescos e pançudos,como sapos verdes, amarelos, roxos, negros, que a perseguissem, aos pinchosdesajeitados. E ela fugia-lhes sempre, graciosa, de braços arqueados e umsorriso postiço nos lábios vermelhos.
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A MORTE DO PALHAÇORAUL BRANDÃOEst
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Outro momento e tudo isto desaparec
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Aos que se alimentam de sonho chega
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esgoto de lama amassada em lágrima
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feitio de encolhido, gestos desajei
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Mas ponho-me a pensar: Que importa
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contacto com o mundo. Cheio de entu
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Esta feição, que transparece na p
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A LUZ NÃO SE EXTINGUEUma luz que s
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cada vez mais. O padre senta-se num
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O MISTÉRIO DA ÁRVOREEsgalhada e s
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ficava então de olhos postos na á
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Só a árvore esgalhada e seca o pr
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Supunha-se no país que ele se form
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Cada ano, em Abril, a procissão do
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SANTA EPONINASanta Eponina era tão
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Como soube que nas concavidades dos
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Oh como a noite é grande, imóvel,
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matilhas esperá-la à beira dos ca