20.04.2013 Views

Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

Construção do conhecimento agroecológico - Ministério do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

des latentes que estavam incubadas nas comunidades e organizações locais<br />

e que não conseguíamos identificar e valorizar. Desbloquear, nesse senti<strong>do</strong>,<br />

tornou-se uma palavra-chave no méto<strong>do</strong> que passamos a empregar.<br />

Isso porque percebemos que as capacidades criativas e políticas existentes<br />

no seio das famílias e comunidades deixavam de ser valorizadas nos processos<br />

de transformação social na medida em que o méto<strong>do</strong> que a<strong>do</strong>távamos<br />

era pouco sensível a elas. Nos ocupávamos essencialmente em levar<br />

aos processos locais novas tecnologias e deixávamos de valorizar os <strong>conhecimento</strong>s<br />

associa<strong>do</strong>s a práticas preexistentes no local ou, pior ainda,<br />

não considerávamos as capacidades locais de gerar esses <strong>conhecimento</strong>s a<br />

partir <strong>do</strong> convívio com os problemas e oportunidades comuns às famílias<br />

agricultoras.”<br />

“Na prática, deixamos de fazer eventos sobre barragens subterrâneas e<br />

passamos a fazê-los com o foco nos sistemas de manejo <strong>do</strong>s recursos hídricos<br />

nas propriedades. Neles, não deixávamos de enfocar a barragem, mas tratávamos<br />

<strong>do</strong>s papéis (ecológicos, econômicos, sociais) que exercia no sistema<br />

como um to<strong>do</strong> e não exclusivamente na construção da infra-estrutura<br />

em si ou no seu méto<strong>do</strong> de manejo”. “Deixamos de trabalhar as plantas<br />

medicinais isoladamente e passamos a abordar o subsistema <strong>do</strong> ao re<strong>do</strong>r de<br />

casa e o seu papel na saúde e na alimentação das famílias.” “Em vez de<br />

monitorar os consórcios com sorgo que visavam ao aumento da produção<br />

de forragem para os perío<strong>do</strong>s secos, passamos a observar as variadas estratégias<br />

<strong>do</strong>s próprios agricultores para aumentar a produção global de<br />

biomassa forrageira nas propriedades.”<br />

“Essa mudança de enfoque permitiu que a equipe técnica desbloqueasse<br />

o seu olhar e adquirisse maior sensibilidade para as inovações espontâneas<br />

que antes passavam despercebidas.”<br />

Esse desbloqueio fez com que as experimentações deixassem de estar<br />

referenciadas por um leque restrito de inovações e passassem a se orientar<br />

pelo quadro de hipóteses para a solução <strong>do</strong>s problemas coletivamente defini<strong>do</strong>s<br />

nas redes locais de agricultores-experimenta<strong>do</strong>res. Dessa forma,<br />

essa substituição de foco criou condições para que interação entre a assessoria<br />

e os grupos de experimenta<strong>do</strong>res evoluísse significativamente. Entre<br />

outros fatores, porque abriu-se caminho para que as práticas já a<strong>do</strong>tadas<br />

na região (mesmo que isoladamente por uma única família ou pessoa) e<br />

que respondiam a problemas identifica<strong>do</strong>s, pudessem ser valorizadas nas<br />

análises coletivas e nas redes regionais de experimentação. Foi, por exemplo,<br />

a identificação e a sistematização da experiência de estruturação e<br />

112<br />

<strong>Construção</strong> <strong>do</strong> Conhecimento Agroecológico

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!